terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Indo à Fuvest de Uber




 Bem, vamos à tradução do segundo texto, que transcrevo abaixo:
Working for on demand startups like Uber and TaskRabbit is supposed to offer flexible hours and higher wages, but many workers have found the pay lower and the hours less flexible than they expected. Even more surprising: 8 percent of those chauffeuring passengers and 16 percent of those making deliveries said they lack personal auto insurance. Those are among the findings from a survey about the work life of independent contractors for on demand startups, a booming sector of the tech industry, being released Wednesday. “We want to shed light on the industry as a whole,” said Isaac Madan, a Stanford master’s candidate in bioinformatics who worked with two other Stanford students and a recent alumnus on the survey of 1,330 workers. “People need to understand how this space will change and evolve and help the economy.” On demand, often called the sharing economy, refers to companies that let users summon workers via smartphone apps to handle all manner of services: rides, cleaning, chores, deliveries, car parking, waiting in lines. Almost uniformly, those workers are independent contractors rather than salaried employees. That status is the main point of contention in a recent rash of lawsuits in which workers are filing for employee status. While the survey did not directly ask contractors if they would prefer to be employees, it found that their top workplace desires were to have paid health insurance, retirement benefits and paid time off for holidays, vacation and sick days – all perks of fulltime workers. Respondents also expressed interest in having more chances for advancement, education sponsorship, disability insurance and humanrelations support. Because respondents were recruited rather than randomly selected, the survey does not claim to be representational but a conclusion one may come to is that flexibility of new jobs comes with a cost. Not all workers are prepared for that! SFChronicle.com and SFGate.com, May 20, 2015. Adaptado.


Quem começa a trabalhar em empresas prestadoras de serviço sob demanda, tais como Uber e TaskRabbit, imagina horários flexíveis e salários mais altos. No entanto, muitos empregados acabam descobrindo que o salário é menor e os horários de trabalho não são tão flexíveis assim. E o que é ainda mais surpreendente: 8% dos motoristas que transportam passageiros e 16% dos que fazem entregas declararam que não têm seguro. Estas são algumas das revelações de uma pesquisa, divulgada na quarta-feira, sobre o trabalho das start-ups que funcionam sob demanda, um setor da indústria tecnológica em franca expansão. “Nossa intenção foi mostrar a indústria como um todo”, disse Isaac Madan, um mestrando em bioinformática da Universidade de Stanford, que trabalhou com dois outros estudantes de Stanford, e um ex-aluno, para realizar a pesquisa com 1.330 trabalhadores. “As pessoas precisam entender que esse espaço vai evoluir e contribuir para o desenvolvimento da economia. A expressão ‘sob demanda’, frequentemente denominada economia colaborativa, refere-se a empresas que permitem que os usuários solicitem empregados por meio de aplicativos de smartphone para que executem todo tipo de serviços: levar passageiros de carro, fazer limpeza, prestar serviços domésticos, realizar entregas, estacionar veículos, guardar lugar em fila etc. Praticamente todos os prestadores de serviços são autônomos e não trabalhadores assalariados. Esse é o principal ponto de discórdia presente numa enxurrada de ações judiciais, em que os trabalhadores reivindicam o status de assalariados. A pesquisa não perguntou diretamente se os prestadores de serviços prefeririam ser assalariados, mas por outro lado revelou que eles gostariam de ter seguro-saúde, aposentadoria, férias remuneradas e abono de falta por doença – que são, todos, direitos dos trabalhadores assalariados. Os que responderam a pesquisa também demonstraram interesse em maiores oportunidades profissionais, bolsas de estudo, seguro-invalidez e apoio nas relações pessoais. Uma vez que eles foram escolhidos e não selecionados aleatoriamente, a pesquisa não pretendeu ser representativa de toda a categoria, mas é possível concluir que a flexibilidade dos novos empregos tem um custo. Nem todos os trabalhadores estão preparados para isso!


Passemos agora às questões. Tal como disse ontem, vou me concentrar apenas nas alternativas erradas. As corretas não têm graça:
88 Segundo o texto, empresas do tipo “on demand”
a) têm pouco contato com seus prestadores de serviços, o que dificulta o estabelecimento de planos de carreira. (NÃO: o texto não faz menção ao relacionamento pessoal entre os prestadores de serviços e as empresas para as quais trabalham.)
b) são intermediárias entre usuários e prestadores de serviços acionados por meio de aplicativos. (SIM)
c) remuneram abaixo do mercado seus prestadores de serviços. (NÃO: elas remuneram menos do que os prestadores de serviços imaginavam, o que não significa que os seus ganhos estejam abaixo dos preços cobrados pelo mercado.)
d) exigem dos prestadores de serviços um número mínimo de horas trabalhadas por dia. (NÃO: o texto não fala em número mínimo de horas trabalhadas, fala em horários flexíveis, ou seja, o trabalhador não tem muita liberdade de escolher quando vai trabalhar.)
e) estão crescendo em número, mas são criticadas pela qualidade de seus serviços. (NÃO: não há no texto, nenhuma crítica à qualidade dos serviços prestados.)
89 Um dos resultados da pesquisa realizada com prestadores de serviços de empresas do tipo “on demand” mostra que esses trabalhadores
a) consideram a flexibilidade do horário de trabalho o ponto alto de sua opção profissional. (NÃO: pelo contrário, a falta de flexibilidade é que frustra os trabalhadores.)
b) pagam seus próprios seguros-saúde e planos de aposentadoria. (NÃO: os trabalhadores gostariam que as startups pagassem seus seguros-saúde e planos de aposentadoria, mas como elas não o fazem, o texto não informa se os trabalhadores tomam essa providência.)
c) investem no seu aprimoramento profissional para obter melhores ganhos no futuro. (NÃO: as empresas não dão aos seus empregados oportunidade de investir no seu aprimoramento profissional)
d) têm a opção de tirar férias quando desejarem, com o apoio das empresas e dos familiares. (NÃO: eles não têm direito a férias.)
e) desejam ter os mesmos benefícios sociais que trabalhadores assalariados. (SIM:)
90 Outro resultado da mesma pesquisa indica que
a) grande parte dos trabalhadores em empresas “on demand” não pensa em ter um registro formal de trabalho. (NÃO: pelo contrário, muitos deles estão reivindicando tal direito na justiça.)
b) nem todos os trabalhadores em empresas “on demand” estão preparados para arcar com o custo de sua flexibilidade no trabalho. (SIM)
c) muitos dos entrevistados que prestam serviços nas empresas “on demand” também têm um trabalho formal. (NÃO: nenhuma referência a isto no texto.)
d) vários dos entrevistados buscam o trabalho “on demand” por conta do status que ele proporciona. (NÃO: eles procuram este tipo de trabalho na expectativa de ter um horário flexível e um salário maior. Nada de status.)
e) as vantagens de um emprego formal são menores se comparadas com as vantagens envolvidas no trabalho “on demand”. (NÃO: se muitos trabalhadores ‘on demand’ estão entrando na justiça para conseguir maiores direitos, é porque as vantagens de um emprego formal são maiores.)
http://infospace.ischool.syr.edu/files/2013/02/taskrabbit.jpg




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