quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

ESPECIAL DE FIM DE ANO

1.    Deu na Folha: “Caíram mais de 300 árvores ontem à noite em São Paulo. Técnicos da Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente acham que foi a chuva.

2.    Lemas: Nos Estados Unidos, “A águia pousou.” No Brasil, “A vaca tossiu.”

3.   Carpe diem: “A vida é breve”, já dizia ao seu filho a tartaruga gigante de Galápagos.

4.    Futebol: O Cristiano está cada vez mais Ronaldo.

5.   Conhece-te a ti mesmo:
- Muito prazer. Alberto.
- O prazer é todo meu. Alberto.

6.    Verdade seja dita: Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP), existem mais de sete bilhões de verdades no planeta, uma para cada habitante.

7.    Olavo Bilac: "Criança! Não verás nenhum país como este!” Olha que governantes! Que magistrados! Que legisladores! Que povo! Que coisa!

8.    John Donne: Nenhum homem é uma ilha. Claro que não. Um homem é um homem, uma ilha é uma ilha, uma garrafa é uma garrafa, uma montanha é uma...Cê já entendeu, né?

9.    Índices: A inflação oficial certamente não é medida pelo bolso dos assalariados.


10.        Branca de Neve: Por que será que só o Atchim pegou resfriado?

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Tempos de escola

18. DE COMO PUBLIQUEI MEU PRIMEIRO LIVRO

Numa manhã de 19...Esqueci o ano. Nessa manhã em questão, recebi no Colégio a visita de uma representante da McGraw-Hill, uma importante editora americana. Eles tinham em mente um projeto inovador: uma coleção de livros destinados a um público infanto-juvenil, escritos por autores brasileiros consagrados, e vertidos para o inglês. A representante veio me convidar para traduzir os tais livros. Eles estavam dispostos a pagar x por lauda.
Levei uma maçaroca de folhas para casa. Naquela época não havia internet. As coisas funcionavam na base do papel e da máquina de escrever.
Depois do jantar, peguei um ou dois dicionários, sentei-me à mesa da sala e marquei a hora. Eu queria saber quanto tempo eu levaria para traduzir uma lauda do original. Deu mais ou menos o tempo de uma aula no Colégio.
Não valia a pena. Gastando o mesmo tempo, eu ganhava mais dando aula na escola.
- Não compensa, Selda (este era o nome da representante, até hoje uma querida amiga minha). É muito trabalho para pouco dinheiro. Mas por que vocês não contratam gente para escrever direto em inglês? Assim, vocês pulariam uma fase e economizariam o dinheiro da tradução.
- Sim, mas quem vai escrever um livro em inglês para nós?
- Eu, por exemplo.
- Você? Você nunca me disse que escrevia!
- Bom, eu nunca escrevi, mas não custa tentar.
- Então tente. Quando você estiver com o livro pronto, me mostre.
Quando o livrinho ficou pronto, fui até a Editora. A Selda não estava. Tinha ido a uma reunião no Rio de Janeiro. Enquanto esperava para ser atendido por sua secretária, fui dar uma espiada na estante de livros da própria Editora. E aí tive uma surpresa. Uma surpresa com gostinho de vingança. Entre os vários livros publicados, havia um, de autoria de uma professora minha da USP. Fui aluno dela no curso de Fonética. Nesse curso, a gente se concentra principalmente no alfabeto fonético, que é um sistema de símbolos que reproduz os sons do idioma falado. Por exemplo, o símbolo fonético para o som do th em thank you é θ, e para o th em that é δ. Os bons dicionários trazem sempre a fonética de cada verbete.
Acontece que existem vários tipos de sistemas de transcrição, sendo o mais famoso o Alfabeto Fonético Internacional (IPA, na sigla em inglês). Pois bem, eu era o único aluno da classe que havia estudado fonética, mas o sistema que eu conhecia era um pouco diferente do da professora.
- Posso usar o “meu” alfabeto nas provas?
- Pode, contanto que você não misture os símbolos. Na verdade, o que ela respondeu foi: “contanto que você seja consistent.  Eu entendi o recado.
Na primeira prova, correu tudo bem. Tirei 8,5. Na segunda, a mulher ficou brava, me deu 2,0 e disse não toleraria mais um alfabeto diferente do dela. Entendi o recado também. Mas me mordi de raiva.
Quando vi o nome da moça no livro (‘moça’ é um eufemismo, por que eu sou um cara educado), tirei-o da estante para dar uma espiada e, para meu espanto, na capa, estampado com letras garrafais, um erro imperdoável para uma mestra e doutora da USP: mistery, com i, em vez de mystery, com y.
Quando a secretária entrou na sala, eu lhe mostrei o erro. Ela ficou pálida.
- Não é possível! Tem certeza?
- É só olhar o dicionário. Mystery é com y.
Incrédula, ela consultou o Oxford. Não satisfeita, foi ao Webster.
- O Oxford é inglês britânico. Deixa ver o Webster, que é americano.
- Meu Deus! Já foram impressos 3.000 livros! ela exclamou, pálida, depois de se certificar que alguém tinha cochilado: ou a autora, ou o revisor, ou sei lá quem.

Bem, o que aconteceu com o tal livro eu não sei. O que eu sei é que deixei os meus originais lá e tempos depois foi publicado meu primeiro livrinho, A Boy in Danger. É a história de um garoto que sempre se mete em encrenca porque ele nunca mente. Minha irmã dizia que esse menino era eu. Coitada, se ela soubesse...

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

CONTA OUTRA, VÓ

64.    Era uma vez a fêmea de um pavão que se apaixonou por um leque espanhol.

65.    Era uma vez um urubu vegetariano que era a vergonha da família.

66.    Era uma vez um porco que beijou uma tomada e se deu muito mal.

67.    Era uma vez um camelo diabético que estava sempre com sede.

68.    Era uma vez uma onça pintada que usava maquiagem para disfarçar as pintas.

69.    Era uma vez um urso que foi à manicure fazer as unhas.


70.    Era uma vez um morcego surdo que vivia batendo a cabeça nas árvores.

domingo, 28 de dezembro de 2014

PENSAMENTOS

1.   Confusões1: A Guerra das Panturrilhas foi uma tentativa do Rio Grande do Sul de se separar do Império Brasileiro no século XIX.

2.   Confusões2: Diástole é o nome que se dá à dispersão do povo judeu após o exílio babilônico.

3.   Confusões3: Omoplata é marca de sabão em pó.

4.   Embate1: Na luta entre o bem e o mal, este último quase sempre vence. De goleada.

5.   Embate2: Na luta entre a verdade e a mentira, a verdade triunfa. Mas não acredite nisso. É mentira.


6.   Embate3: Na luta entre os prognósticos dos especialistas e os chutes dos leigos, dá empate.

7.   USA-Cuba: Finalmente, após mais de 50 anos de relações estremecidas, Cuba vai poder exportar automóveis para os americanos.

sábado, 27 de dezembro de 2014

PENSAMENTOS

1.   Fraternidade: “Somos todos irmãos”, disse o Reverendo Jonas, dirigindo-se a Paulo Jonas Junior, José Carlos Jonas, Maria Margarida Jonas e o caçula, Pedro Augusto Jonas.

2.   Apoio: Eu também sou contra o uso de animais em testes de laboratório. Prefiro advogados.

3.   Esforço: Tá duro ter orgulho deste país, mas a gente vai tentando.

4.   Historiador: O homem que sabe prever o passado.

5.   A propaganda é a alma do negócio: Quanto pior o produto, maior a publicidade.

6.   Guimarães Rosa: No nada às vezes a gente acha alguma coisa.

7.   Quem sabe, sabe: Tal como o bom caminhoneiro, que conhece os buracos da estrada, o bom advogado conhece as brechas da lei. Mas há uma diferença: o caminhoneiro evita os buracos, o advogado procura-os.

8.   Suspiro: Ah, se eu soubesse o que não sei...

9.   Mãe é mãe: Padecer no paraíso é mole. Quero ver é padecer no Afeganistão, no Haiti, no Alto Xingu...

10.   Para o bom encanador, meia palavra basta; para o mau, uma chave de grifo, um torno, um jogo de chaves de fenda, um tubo de massa para polimento, um jogo de brocas para arco de pua 7/6, um lote de parafusos, uma sonda para encanamento sem câmera e uma tarraxa manual para rosca.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

.   Suspiro: Seria muito bom se o melhor amigo do homem fosse um outro homem, que abanasse o rabo quando a gente chegasse em casa. Melhor ainda, uma mulher.

2.   Mistério: Se João 23 e João Paulo 2º eram santos, por que não fizeram, em vida, nenhum milagre digno de um papa, tipo acabar com o conflito na Palestina, ou pelo menos, pôr fim ao ódio entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte?
PENSAMENTOS


1.   Suspiro: Seria muito bom se o melhor amigo do homem fosse um outro homem, que abanasse o rabo quando a gente chegasse em casa. Melhor ainda, uma mulher.

2.   Mistério: Se João 23 e João Paulo 2º eram santos, por que não fizeram, em vida, nenhum milagre digno de um papa, tipo acabar com o conflito na Palestina, ou pelo menos, pôr fim ao ódio entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte?


3.      A pergunta essencial: 
Hamlet: Ser ou não ser?
Burro: Como assim?

4.   A pergunta essencial: 
Hamlet: Ser ou não ser?
Prudente: Depende.

5.   A pergunta essencial:
Hamlet: Ser ou não ser?
Indiferente: Tanto faz.

6.   A pergunta essencial: 
Hamlet: Ser ou não ser?
Crente: Só Deus sabe.

7.   A pergunta essencial: 
Hamlet: Ser ou não ser?
Autoritário: Nada a declarar.

8.   A pergunta essencial: 
Hamlet: Ser ou não ser?
Desconfiado: Por que você quer saber?

9.   A pergunta essencial: 
Hamlet: Ser ou não ser?
                    Surdo: Ímpar.
PENSAMENTOS

1.   Surpresas: A cada novo índice econômico divulgado, os economistas se dizem surpresos. Da mesma forma, suas sugestões para quem quer comprar dólares para viajar para o exterior jamais são unânimes. Donde se pode concluir que eles não entendem nada desse negócio.

2.    Esclarecimento: O x da questão não tem nada a ver com as empresas do Eike Batista.

3.    Só há uma maneira de acabar com a corrupção: aprovar a seguinte proposta de emenda à Constituição (PEC):
Art. 1º Fica vedado a qualquer cidadão, a partir da data da publicação desta emenda, votar em canalhas.
Par. 1º     Revogam-se as disposições em contrário. Se não renovar, vai em cana.


4.        Cego, burro ou o quê? O representante da Cúria Romana, após ouvir as críticas do papa Francisco, declarou que não vai tomar nenhuma providência, uma vez que o sumo Pontífice não foi claro quanto às denúncias. “Alzheimer espiritual? Terrorismo de fofocas? Esquizofrenia existencial? Exibicionismo mundano? Narcisismo falso? O que será que  o Francisco quis dizer com isso?”

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

TEMPOS DE ESCOLA

11. DE COMO O CAMACHO ME PAGOU
No 5º ano da São Francisco, eu já dava aula, aliás um monte de aula. Por isso, já estava ganhando um dinheirinho que me permitiu, inclusive, comprar um carro. Um Fusca 65, cujo motor fundiu numa viagem a Caraguatatuba no carnaval de 68.
O Camacho era meu colega de turma. Chegamos a dar pindura algumas vezes. Mas o Camacho era um intelectual e um durango, o que, convenhamos, são duas qualidades que costumam andar juntas. Os nossos pinduras não eram em restaurantes, eram em livrarias. Entrávamos, mostrávamos nossas carteirinhas da Faculdade e anunciávamos nosso desejo.
- Podem escolher um livro cada daquela prateleira lá, dizia o gerente.
- Desculpe, argumentava com educação e voz baixa o Camacho, mas o senhor não entendeu. Nós somos estudantes, no ano que vem seremos advogados e precisamos de livros bons, úteis, livros que...
- Mas isso é o fim da picada!
- Veja bem, encare esta doação como um investimento. No ano que vem nós, já formados, não poderemos mais dar pindura. Ou seja, nós seremos seus clientes – e clientes fiéis, entende?
Conseguimos bons livros, eu e o Camacho.
Ele trabalhava num escritório de advocacia. Ganhava pouco. E conversávamos sobre isso.
- E se a gente, nós dois, com a cara e com a coragem, montarmos um escritório?
- Camacho, não dá. Eu já estou dando aula, estou ganhando bem, eu não vou largar meus empregos (eram duas ou três escolas, tudo ao mesmo tempo) para me meter, desculpe, numa aventura. Já pensou? Alugar uma ou duas salas, mobiliar, comprar uma linha telefônica, contratar uma secretária...e depois ficar esperando que apareça algum cliente. Quanto tempo a gente ficaria pastando até conseguir fazer um nome? Não, não. Não conte comigo. Você vai ter que se virar sozinho.
Muito bem. O ano acabou, a gente se formou, cada um seguiu sua vida.
Seis, sete ou dez anos mais tarde, num domingo de manhã, o interfone tocou.
- É o dr. Camacho.
- Quem?
- Dr. Camacho.
- Mande subir.
Segundos depois, a campainha toca, eu abro a porta e eis que o velho Camacho, agora de bigode, hoje um dos maiores advogados comercialistas de São Paulo, está na minha frente.
- Doutor Camacho, quanto tempo! Que prazer revê-lo!
- O prazer é meu, Professor. Sabe o que eu vim fazer aqui?
- Me visitar, é óbvio.
- Sim, mas também pagar uma dívida.
- Que dívida?
- Você se lembra que uma vez você me emprestou dinheiro para eu comprar uns livros de direito comercial? O meu chefe tinha me pedido para eu estudar um caso em que ele tinha trabalhado anos antes e eu não podia comprá-los com o meu salário.
Menti que não lembrava.
- Não lembro.
- Bom, eu lembro. Eu vim pagar.

- Como eu não lembro, não vou receber. Quer um uísque?
PENSAMENTOS

1.    Deu na Folha: Esquecidos pelo Congresso:
a)   proposta que permite publicar biografias não autorizadas pelos biografados
b)   regulamentação da emenda constitucional que ampliou direitos trabalhistas
c)    proposta que passa a considerar a corrupção como crime hediondo
d)   passe livre para estudantes
e)   projeto que condiciona demarcação de terras indígenas à aprovação do Congresso
Os nobres congressistas não esqueceram tais projetos, propostas ou sugestões. É que eles não tiveram tempo. Afinal, só trabalham três dias por semana.

2.    Redundância: Caminhando pela Paulista, li na blusa de uma mulher: Forever always.

3.    Palavras: Para bom entendedor, meia palavra basta. Para mau entendedor, gráficos, gravações autorizadas pela Justiça, recibos de depósitos em bancos suíços, notas frias etc. Entendeu, Venina?

4.    Saúde: A política nacional faz mal à saúde. À minha saúde, pelo menos. Tamanha desfaçatez incomoda mais que diabetes, má circulação, hipertensão, leucemia e cardiopatia.

5.    I wonder: “A quem interessam essas denúncias de corrupção?” perguntou ela. “Não tenho certeza,” respondi, “mais acho que ao Brasil.”

6.    Veemência: O diretor-presidente da empresa negou veementemente qualquer ligação sua com o escândalo. Gritou, deu murro na mesa, apontou o dedo na cara do repórter e ainda disse: “Repete a pergunta se for homem! Repete!”


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

PENSAMENTOS

1.   Deu na Veja (Lauro Jardim): Um fundo de pensão canadense, o Ontario Teachers, que se aventurou a investir numa X qualquer de Eike Batista, perdeu mais de 160 milhões de dólares em sete anos. Quer dizer, além de teachers, ontários.

2.    Deu na Folha: “18 idosos de Nova Olinda do Norte, a 135 km de Manaus, ficaram cegos após um mutirão de cirurgias de catarata.” Então já sabem: quando forem a Manaus, não deixem de visitar as cataratas de Nova Olinda do Norte.

3.    Isolamento: O Brasil não atravessa uma epidemia de corrupção. Trata-se apenas de casos isolados. 42 milhões de casos isolados.


4.    Rima: Ditadura rima com tortura e censura. Só de pensar me dá tontura.

5.   Perigo: Quem anda correndo o risco de extinção ultimamente é a natureza.

6.   Karl Marx e o macaco: Todo macaco tem direito a seu galho, mas é preciso que se entenda que aquele galho, na verdade, não é ‘seu’, no sentido capitalista da palavra, pois a árvore pertence à macacada como um todo.

8.    Pitbull: Ao encarar um pitbull solto na rua, você teria coragem de dizer que ‘cão que ladra não morde’?

9.    Amigos: É um grande amigo, mas um péssimo ouvinte. O som que ele mais gosta de ouvir é o da sua própria voz.

10.    Uma coisa é outra coisa: Defender bandido é uma coisa; entortar a lei, confundir o júri e desinformar o juiz é outra. Entenderam, caros colegas?

domingo, 21 de dezembro de 2014

PENSAMENTOS

1.    Admissão: “Nunca na história deste país houve um partido mais corrupto do que o nosso,” admitiu, orgulhoso, Педро Альварес Кабрал*, líder político do Cudumundistão, já meio bêbado.
*nome fictício

2.   34ª Emenda à Constituição dos EUA: Todos os homens devem, de preferência, ser criados iguais.

3.   Erro: É errando que se aprende a errar direitinho.


4.   Nova versão do eterno enigma do ovo e da galinha: Quem veio primeiro, Deus ou o Big Bang?
CONTA OUTRA, VÓ

59.    Era uma vez um tico-tico cá, um tico-tico lá, que estavam comendo todo o meu fubá. Não fosse o Zequinha de Abreu, eu matava eles todos.

60.    Era uma vez um peru que morreu na véspera. Ele já vinha doente faz tempo.

61.    Era uma vez um criador de gado que dava um boi para não entrar numa briga. De boi em boi ele perdeu toda a boiada, porque nunca brigou com ninguém.

62.    Era uma vez um cachorro cotó que não tinha o rabo preso com ninguém.


63.    Era uma vez um rato precipitado que abandonou o barco sem nenhuma necessidade. Não havia nenhum perigo de naufrágio.

sábado, 20 de dezembro de 2014

PENSAMENTOS

1.    Relações: Ao ser flagrado num motel com uma de suas assistentes, o senador reafirmou que mantinha com a moça apenas relações institucionais. Uma vez por semana, às segundas-feiras, dia fraco em Brasília.

2.    Imodéstia: O Brasil está em festa. Minha glicemia baixou.

3.    Deu na Folha (20/12/14): “Palmeiras renova por cinco anos com progídio da base de 17 anos.” Reportagem de Hortelino Troca-Letras.


4.   Ensinamento: Se te baterem na face direita, dá-lhe um chute de esquerda. Ele não está esperando.


5.   Diálogo:
- Que criança mais linda! exclamou o morcego.
- São seus olhos, respondeu a mamãe morcego modestamente.
TEMPOS DE ESCOLA

21. DE COMO, JÁ PROFESSOR, APRENDI MAIS UMA LIÇÃO

Era uma quarta-feira de cinzas. Bateu o sinal e eu fui dar aula no 3º TA, uma turma pequena do 3º colegial da tarde no Porto Seguro. Ao entrar na sala, constatei, um tanto surpreso, que havia só uma aluna na classe. Oba, pensei. não vou dar essa aula. Vim a saber, depois, o que havia acontecido. Naquele tempo, na quarta-feira de cinzas não havia aula de manhã, mas à tarde, sim. O pessoal dessa classe, achando-se ‘injustiçado”, combinou de faltar naquele dia. Só que uma aluna, cujo nome me foge à memória (na verdade, é a memória que foge de mim), esteve viajando e, por isso, não foi avisada que a turma toda ia enforcar a quarta-feira.
Eu nem introduzi o meu tradicional ‘Open your books at page...’. Deixei a garota sozinha na sala e desci para falar com o diretor, o Ayrton. Este diretor tinha sido meu professor de inglês no Roosevet. e ele...bem, isso é uma outra história. O fato é que, com a amizade que havia (e há) entre nós até hoje, eu muito à vontade lhe disse:
- Ayrton, só há uma aluna no 3º TA. O que é que eu faço?
Ele estava escrevendo algo. Ao ouvir minha pergunta, ele parou, ergueu a cabeça e disse:
- O que você faz? Você volte lá e dê a aula. Em outras escolas você não daria essa aula. No Colégio Paes Leme, por exemplo, você não daria essa aula. Mas aqui você vai dar aula. Por isso que o Porto tem cem anos e o Paes Leme já fechou.
Enfiei o rabo entre as pernas e voltei para a sala. A menina era ótima aluna e, ainda por cima, tinha passado as férias nos Estados Unidos. A aula fluiu como uma beleza. Era um livro difícil – What’s in the news – mas eu dei a lição 2 quase inteirinha.
Na aula seguinte, já com a classe cheia, eu terminei a lição, sob protestos da turma, que tinha perdido um monte de exercícios.

- Paciência, disse eu. E, por pura sacanagem, até o fim do ano eu sempre incluía nas provas questões baseadas na lição 2. Desculpe, pessoal, eu só fazia isso porque sabia que vocês eram bons. 
PENSAMENTOS

1.    Equilíbrio: A queda nos preços da bauxita, do manganês e do nióbio permitiu a alta dos preços do feijão, arroz, carne, peixe, frango, leite, ovos, laranja, banana, tomate e alface. Assim, a inflação está rigorosamente abaixo do teto, dentro do limite fixado pelo governo.

2.   Simpatia: Ele é uma pessoa simpaticíssima. Pena que é um canalha.

3.   Consciência limpa: Eu nasci aqui, é verdade, mas não foi culpa minha.

4.   Força de vontade: Se não conseguir na primeira, tente de novo. E de novo. Se não der certo, chame um técnico.