quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

38. narcisismo

Resposta do teste 37: a

Teste 38: Narcisismo
a) Narchiso da Vero (1780-1836), tenor da Companhia Lírica de Verona. Morreu em pleno palco, ao interpretar Fígaro, da peça “Le nozze di Figaro”, de Mozart, na famosa Arena de Verona. Embora muito bem preservada, a acústica da Arena deixava muito a desejar. Ao ar livre, com todas aquelas aberturas e frestas laterais, os cantores eram obrigados a um grande esforço para que suas vozes chegassem aos ouvidos da plateia. Foi num dó agudo que Narchiso, ao se ver no espelho do quarto de Susanna, se encanta e solta a voz além dos seus limites. Caiu duro na cama de sua noiva. Foi o prmeiro mártir da ópera italiana.

b) Arnau Porras Narsis (1712-1731), vidraceiro catalão. Colocar vidraças novas em janelas velhas era um serviço enfadonho e Arnau, depois de alguns anos, passou a executá-lo sem muito gosto, prestando pouca atenção ao que fazia. Preferia distrair-se olhando as caretas engraçadas que fazia diante do vidro dos caixilhos. No dia 31 de agosto de 1731, Arnau desequilibrou-se do andaime em que estava sentado e estatelou-se na calçada de Las Ramblas, em Barcelona.  


c) Narciso, deus da mitologia grega, que se apaixonou por sua própria imagem refletida na água de uma lagoa. Ficou tão encantado que não saiu mais de lá, e acabou morrendo de amor ali mesmo, repetindo sem parar: “Como eu sou lindo, como eu sou lindo, como eu sou lindo, por Júpiter!” Em1914 Freud, num ensaio cujo título era ‘Sobre o narcisismo’, contribuiu para popularizar essa desmedida admiração por sua própria aparência física. Hoje o narcisismo é considerado uma patologia.  

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

37: sanduíche

Resposta do teste 36: b

Teste 37: sanduíche
a)     Sir John Montague (1718-1792), o 4o Conde de Sandwich, famoso por ter patrocinado as viagens do Capitão James Cook, descobridor da Austrália, mas sobretudo por ter inventado o sanduíche. Viciado em jogos de cartas, era capaz de passar dias numa mesa de jogo, sem sequer se levantar para comer alguma coisa. “James,” gritava ele para o seu mordomo. “Prepare-me duas fatias de pão.” “Devo colocar entre o quê entre elas, senhor?” “O que você quiser.” Esta versão talvez seja um mito.

b)   Casimiro Pinto Sandwich, filho de pai americano e mãe brasileira, estudante de Direito da São Francisco, frequentador do bar Ponto Chic, no Largo Paissandu em São Paulo. Seu apelido era Bauru. Não preciso dizer por quê, né? Uma noite em 1936, morto de fome, ele entrou no Ponto Chic e pediu pão com carne, queijo mussarela, tomate e molho de pimenta. Estava inventado o sanduíche que anos mais tarde ficou conhecido como bauru. 


c)   James Cook  (1728-1779), explorador, cartógrafo e capitão da Marinha Real Britânica. Em suas viagens pelo sul do Pacífico, descobriu, além da Austrália e Nova Zelândia, inúmeras ilhas das quais nunca se tinha ouvido falar. Numa delas, encantou-se com um prato típico local, feito de uma enorme fatia de pão redondo, tomate, pimentão e diversas especiarias. Em homenagem a Sir John Montague, o 4o Conde de Sandwich, batizou tanto a ilha como a iguaria com o nome de seu benfeitor.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Resposta do teste 35: a

Teste 36: Nicotina
a)   Nicotine de Lyon (?-1616), dama de companhia de uma senhora arrogante, eternamente desconfiada que seus serviçais lhe roubavam a comida. E roubavam mesmo. Não Nicotine, que descobriu na despensa da casa um saco cheio de folhas de tabaco, que ela usava para queimar e aspirar a fumaça. Um dia, a senhora sentiu o cheiro, desceu até a cozinha e flagrou Nicotine toda chapada. A senhora também gostou do cheiro e passou a compartilhar com Nicotine aquela fumacinha viciante. Ambas morreram de câncer em 1616.

b)   Jean Nicot (1530-1600), embaixador francês em Portugal, encarregado de negociar o casamento da princesa Margaret de Valois, de 6 anos, com o rei Sebastião, de 5.
O casamento não vingou, mas durante as negociações, Nicot conheceu o tabaco. Acreditando nas propriedades medicinais da planta, ele criou uma espécie de unguento de tabaco e passou num homem com um tumor na pele. O homem sarou! Depois disso, ele introduziu na corte de Paris o hábito de cheirar pó de tabaco. Foi o maior barato: todos aqueles aristocratas afrescalhados aderiram à moda. Nicot também escreveu um dicionário, “Thresor de la langue françoyse tant ancienne que moderne”, publicado seis anos após sua morte, mas ninguém se lembra dele por causa do dicionário. 


c)   Sir Walter Nycott (pronuncia-se /ˈnaikɑt/) (1554-1618), um aventureiro inglês. Foi poeta, espião, político e proprietário de terras na Irlanda. Dizem as más línguas que também foi amante da rainha Elizabeth I, a ‘Rainha Virgem’, believe it or not. Em 1594, partiu para a América do Norte em busca do El Dorado, a Cidade de Ouro. Foi na região onde hoje se situa o estado de Virgínia que ele tomou conhecimento do tabaco, que os índios fumavam desbragadamente. Aliás, foi por isso que foi tão fácil tomar as terras dos índios. Eles tossiam o tempo todo e não lutavam para se defender. Nycott (repito: pronuncia-se /ˈnaikɑt/) levou umas folhas de tabaco para Londres e a rainha logo se viciou. Para homenagear seu ‘amigo’, nomeou-o cavaleiro e deu o nome de nicotina à substância tóxica encontrada na planta.   

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

35. Daltonismo

Resposta do teste 34: b

Teste 35: Daltonismo
a)   John Dalton (1766 - 1844), cientista, pesquisador e professor de ciências inglês, que dedicou toda a sua vida à pesquisa e ao ensino. É de sua autoria a famosa Lei de Dalton, segundo a qual a pressão total em uma mistura gasosa é exatamente igual à soma das pressões parciais de seus gases componentes. Em linguagem mais acessível: Ptotal = P1 + P2 + P3 + ... + Pn 
Dalton sofria de uma até então desconhecida enfermidade: ele não distinguia cores, o que o deixava pê da vida. Fez de tudo para encontrar uma cura para o que ele modestamente chamou de discromatopsia, mas o máximo que conseguiu foi descrevê-la em detalhes. O daltonismo é incurável.

b)   Rory Dalton (1883-1951), poeta e romancista irlandês, autor, entre outras obras, de “The King of Ireland's Son”, um livro infantil, do qual extraímos o seguinte trecho, seguido da tradução: 
His hound at his heel,
His hawk on his wrist,
A brave steed to carry him whither he list,
The blue sky above him,
The green grass below him
Seu fiel cão seguindo-lhe os passos,
Seu falcão pousado no braço.
Um valente cavalo para levá-lo aos duelos com lanças.
O céu azul sobre a cabeça,
A grama verde sob os pés.

O diabo é que ele não conseguia distinguir o verde do vermelho, ou o azul do amarelo. Na versão original ele tinha escrito:
The yellow sky above him,
The red grass below him
Se não fosse pelo editor do livro, este lindo poema teria sido motivo de chacota.

c)   Joaquim Mendes Daltão (1850-1924), vinicultor português. Desde criança, sempre teve muita dificuldade para distinguir os diferentes tipos de vinho que seu pai produzia, o que não poucas vezes lhe causava inúmeros transtornos, além de homéricas surras que seu pai amiúde lhe aplicava. Para ele, o vinho tinto era azul, o verde era amarelo e o branco, verde claro. Intrigado, foi para Coimbra estudar sua estranha condição. Anos depois, com a publicação de inúmeros papers sobre certas peculiaridades da visão, Daltão desenvolveu a teoria da cegueira congênita para as cores, doença da qual ele próprio padecia.


34. Lei de Murphy

Resposta do teste 33: c

Teste 34: Lei de Murphy
a)   Eddie Murphy (1961- ), ator americano que atuou em inúmeros filmes de sucesso, tais como “O Professor Aloprado”, “Um Tira da Pesada” e “Um Vampiro no Brooklin”, além de emprestar sua voz como dublador de personagens memoráveis, tais como Donkey na série Shrek e Thurgood Stubbs em Os PJs.  Antes de alcançar o sucesso, Murphy comeu mui grama, tendo sido recusado por vários estúdios, o que o fez cair em depressão e tornar-se um alcoólatra, não necessariamente nessa ordem. Num dia de completa fossa, após meia garrafa de bourbon antes do almoço, ele desabafou: “Any bad shit that seems to want to happen will happen no matter what the fuck you do about it!” Depois, já sóbrio, ele suprimiu os palavrões e a frase ficou assim:Anything that can go wrong will go wrong.”

b)   Edward Murphy (1919-1990), engenheiro aeroespacial americano, nascido na zona (no bom sentido) do Canal do Panamá. Estudou na Academia Militar de West Point. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu na região da Índia, China e Myanmar. De volta da guerra, passou a realizar experiências com aviões militares no Instituto Aeronáutico dos Estados Unidos. Foi aí que ele declarou que era sempre prudente estar preparado para o que ele chamou de “worst-case scenarios”. Este conselho foi aos poucos sendo adulterado, até chegar à famosa Lei de Murphy, segundo a qual “tudo que pode dar errado vai dar errado.” Ele sempre negou ter dito isso, mas não teve jeito: mesmo depois de morto, foi agraciado com o Prêmio Ig Nobel por essa lei que ele não criou. Deve estar se revirando no túmulo até hoje.


c)   Malcolm Angus Murphy (1880-1917), soldado escocês, herói da 1ª Guerra Mundial. Ferido de raspão na orelha esquerda durante um ataque alemão na batalha do Marne, na França, entre os dias 6 e 9 de setembro de 1914, Murphy pediu ao seu comandante, Capitão Lewis, que fosse levado para fora da trincheira em que se encontrava há semanas e internado num hospital. Levou um esculacho do seu superior. “What? Só por causa de um arranhãozinho na orelha?” “É que pode infeccionar, Comandante.” “Não vai nada. Cala a boca.” Infeccionou. “Comandante, I’m afraid isto está gangrenando, O senhor não quer dar um olhada?” “Não quero, não.” Gangrenou. Murphy começou a delirar de febre, dizendo a si mesmo: “Se uma feridinha pode infeccionar e gangrenar, ela vai infeccionar e gangrenar. Fuck you, Captain Lewis.” Foram suas últimas palavras.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

33. Doença de Chagas

Resposta do teste 32: a
Teste 33: Doença de Chagas
a)   Manuelzão Chagas, vaqueiro e amigo de Guimarães Rosa. O autor de “Grande Sertão: Veredas” passou uma semana em companhia de Manuelzão e outros vaqueiros, tocando uma boiada pelo sertão de Minas Gerais, anotando nomes de lugares, palavras e expressões típicas do linguajar sertanejo. Foi nessa empreitada que Manuelzão pegou um febrão, acompanhado de inchaço do fígado, do baço, além de ínguas espalhadas por todo o corpo. Guimarães Rosa, que também era médico, tratou do boiadeiro e batizou sua doença como Mal de Chagas.
b)    Domingos de Chagas (1911-1936), barbeiro, natural de Muzambinho, pequena cidade localizada no sul de Minas Gerais. Curiosamente, nos primeiros anos do século XX, Domingos era o único barbeiro da cidade, mas a região estava infestada de “barbeiros”, insetos hematófagos da subfamília Triatominae. Enquanto fazia a barba de um freguês, Domingos sentiu que um desses insetos fazia cocô no seu braço. Não deu muita bola, preocupado que estava em manejar corretamente sua navalha. Depois de alguns dias, as reações começaram: febre, gânglios linfáticos aumentados e dor de cabeça. Tratado por sua esposa com chá de arnica, veio a falecer duas semanas depois.

c)     Carlos Justiniano Ribeiro Chagas (1879-1934), médico e pesquisador especialista em doenças tropicais. O primeiro e único cientista a descrever nos mínimos detalhes todo o ciclo da tripanossomíase, doença que acabou recebendo o seu nome, doença de Chagas. Ao contrário do que se pensa, ele próprio nunca foi picado pelo barbeiro. Para formar-se em medicina, teve de vencer a resistência da mãe, que queria vê-lo formado em engenharia e meio que na marra, matriculou-o na Escola de Minas de Ouro Preto. Só pra chatear sua mãe, foi reprovado. Aos 18 anos, passou a cursar a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e, já formado, tornou-se amigo de Oswaldo Cruz, a quem rendeu homenagem batizando o novo parasita por ele descoberto de Triponosoma cruzi.    

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

32. Casa da Mãe Joana

Resposta do teste 31: b
Teste 32: Casa da Mãe Joana
a)   Joana I, rainha de Nápoles (1326-1382). Em 1347, vivendo exilada em Avignon, na França, para onde fora expulsa pela Igreja em virtude de sua vida escandalosa e desregrada, ajudou a regulamentar os bordéis da cidade. E sua própria casa era uma bagunça só, onde cada um fazia a que bem entendia – sozinho ou com quantos topassem participar.

b)   Joana Fagundes da Costa (1713-1773), esposa do Conde d’Arcos. Mulher recatada e virtuosa, mãe de 14 filhos, mudou subitamente de comportamento quando ficou viúva. Abriu as portas do castelo em que vivia às margens do rio Douro, próximo à Vila Nova de Gaia, a todo viajante desejoso de um copito de vinho e uma cama quente. Para vergonha de seus filhos, ela dizia que sua casa “tem uma porta por onde todos podem entrar.” Como a região é rica em vinhedos, Dona Joana, bonitona ainda em seus trinta e poucos anos, vivia cercada de homens. Morreu na miséria. E bêbada.


c)   Joana da Silva (1804-1855), dona do mais famoso prostíbulo do Brasil Central. Seu bordel se localizava onde hoje está a Praça dos Três Poderes em Brasília. Para frequentar sua casa, ela exigia que os homens, além da taxa cobrada pelas “meninas”, lhe pagassem em títulos de propriedades de terras e sinecuras para seus seis filhos. Morreu riquíssima e seus descendentes ainda hoje gozam de muito prestígio e influência na região. A casa não existe mais, porém a fama permanece.

sábado, 20 de janeiro de 2018

31. Código Morse

Resposta do teste 30: a
Teste 31: código Morse
a)   John Clemens Morse (1802-1867), capitão e engenheiro americano que lutou na Guerra Civil Americana no exército da União contra os Confederados do Sul. Os despachos de guerra levavam dias até chegar ao seu destino. Morse passou a imaginar um sistema linear que pudesse transmitir as mensagens rapidamente. De início, o sistema não deu muito certo, porque Morse, ferido no braço direito, só conseguia enviar mensagens com a mão esquerda e o operador não conseguia entender nada que ele escrevia com seus pontos e traços. Hoje, seu código é coisa de museu.

b)   Samuel Morse (1791-1872), pintor e retratista americano. A ideia de desenvolver um meio de comunicação de longa distância de maneira rápida e eficiente lhe veio à mente enquanto trabalhava num retrato do Marquês de Lafayette, o grande líder francês que deu todo seu apoio à causa dos colonos americanos na Guerra da Independência. Num dia, ele recebeu por um mensageiro a cavalo uma carta de seu pai que dizia: “Sua esposa adoeceu mas já está melhor.” No dia seguinte, uma outra carta: “Ela faleceu.” Acabrunhado por não poder sequer estar presente ao funeral da esposa, ele passou a interessar-se por electromagnetismo e acabou inventando um código feito de pontos e traços que até hoje é usado.


c)   Edward L. Morse (1799-1853), médico americano, inventor da lente de contato e do aparelho auditivo, além, é claro, do código que leva o seu nome. Cansado de atender no Hospital  Johns Hopkins em Baltimore, Maryland, pacientes que não enxergavam direito ou que não distinguiam o apito de um trem de uma ópera de Mozart, resolveu ajudá-los, criando um sistema de traços e pontos, juntamente com pequenas luzes  que produziam sons bem altos, de modo que qualquer um pudesse entender. 

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Resposta do teste 29: c
Teste 30: coquetel molotov
a)   Viatcheslav Mikhailovitch Molotov (1890-1986), diplomata e político da antiga União soviética. Seu sobrenome original era Scriábin, mas ele - russo tem cada ideia...- resolveu mudá-lo para Molotov, derivado de molot (martelo). Seu nome passou a designar as bombas incendiárias muito usadas em protestos e guerrilhas urbanas, porque, ao justificar as ações criminosas do Exército Vermelho contra as cidades finlandesas, durante a Guerra de Inverno, Molotov alegou que as forças soviéticas não estavam lançando bombas contra a população civil, mas sim cestos de pães. Dessa forma, as bombas russas passaram a ser apelidadas de pães Molotov e as bombas finlandesas feitas de um líquido inflamável, transportado numa garrafa de vidro, com um pavio na ponta, de coquetéis Molotov.
b)   Nikolai Boyaskavitch Molotov (1890-1986), barman do Molodyozhny Hotel de 1955 a 1965. Homem de poucas palavras, não pensava duas vezes antes de fazer alguma besteira. Fê-la em 1965, um ano após Leonid Brejnev assumir o poder na USSR. Por causa de um comentário grosseiro do Chefe do Politburo soviético, que, para variar estava um tanto alcoolizado no saguão do hotel, Nikolai quebrou uma coqueleteira na cabeça do grande líder. Foi preso, espancado e enviado para um gulag na Sibéria. Foi companheiro de cela de Alexander Soljenítsin, o grande romancista, dramaturgo e historiador russo que tornou conhecida no mundo todo a garrafada que Brejnev levou de Molotov.
 Sergei Alexandrovitch Garilov (1890-1986), estivador no porto de São Petersburgo. Homem fortíssimo, liderou uma revolta dos portuários contra as autoridades russas. Exigindo melhores condições de trabalho e um aumento de salário (reivindicações de praticamente toda manifestação de protesto de trabalhadores), Molotov introduziu uma novidade no movimento operário, pretendendo – e conseguindo! – que, junto com o pagamento, os trabalhadores recebessem também uma garrafa de vodca, que por isso mesmo passou, em sua homenagem, a ser chamada de coquetel Molotov.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Teste 29: masoquismo

Resposta do teste 28: a
Teste 29: masoquismo
a)   Albert Pierrepoint-Masock (1805-1882), proprietário de um pub inglês na cidade de Lancashire. Sempre que solicitado, dirigia-se à prisão de Chesterfield para enforcar os condenados à pena de morte. Sentia um indescritível prazer em presenciar as execuções. Ao voltar para casa, descrevia num diário secreto todas as sensações que experimentara. Ele sempre pedia à sua esposa para enforcá-lo na cama durante o ato sexual. “Só um pouquinho.” dizia ele. “Are you out of your mind?” ela reagia. Este diário se encontra hoje na Biblioteca do British Museum.

b) Gregor von Masoch (1740-1814), conde alemão e parente distante de Ludwig von Beethoven. Os dois se davam muito mal. Homem impaciente e irascível, logo perdia as estribeiras quando, aos berros, era obrigado a repetir três ou quatro vezes tudo que dizia ao grande compositor. “Você quer chá?” “Quê?” “Você quer chá?” “Quê?”  “Você quer chá?” “Quê? Fala mais alto!” Quando Masoch ia para casa, furioso, pedia que sua amante o espancasse, pois este era o único jeito de se acalmar. 


c) Leopold Sacher-Masoch (1836-1895), escritor e jornalista austríaco. Quem olhasse para aquela figura austera e respeitável jamais suspeitaria que por trás daqueles bigodões se escondia um sujeito esquisitíssimo, com taras sexuais até então desconhecidas. O cara chegou a assinar um contrato com sua amante, a Baronesa Fanny Pistor, pelo qual ele se obrigava a ser tratado por ela como escravo por um período de seis meses, submetendo-se a todo tipo de perversão. Em contrapartida, a única obrigação dela era usar casacos de pele quando estivesse a fim de maltratá-lo. Chegaram a viajar de trem para a Itália – ele num vagão da 3ª classe e ela, gostosona, na 1ª. Esta aventura está descrita no romance Venus im Pelz, que, se não me engano, quer dizer ‘A Vênus das Peles’.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Teste 28: linchamento

Resposta do teste 27: b

Teste 28: linchamento: qual a origem deste antipático e cruel substantivo?

a)   Charles Lynch (1736-1796), latifundiário americano, que acumulava também as funções de juiz em Virginia, sem ter sido legalmente nomeado para tal. Quaker fervoroso, ele aplicava penas duríssimas a quem fosse acusado de apoiar as tropas britânicas durante a Guerra de Independência. Aparentemente, ele tinha mais bronca dos mineiros vindos do País de Gales do que dos escravos negros. Apesar disso, o linchamento está intimamente associado à prática de fazer justiça com as próprias mãos, tendo como vítimas os afro-descendentes.

b)  Emmett Lynch (1830-1844), adolescente negro, nascido em Chicago, que, como todos sabem, fica no norte dos Estados Unidos. Aos 14 de idade, foi passar as férias de verão na casa de seu tio Moses Lynch no Mississippi, que, como vocês também sabem, fica no sul. Lá, uma branquela muito da sem sal acusou-o de ter tentado estuprá-la. Ele foi impiedosamente espancado e enforcado por um bando de homens brancos. Anos mais tarde, a mulher confessou que o rapaz tinha apenas assobiado para ela, o que, para Oprah Winfrey, Natalie Portland e Reese Witherspoon, entre outras, já seria motivo não para linchamento, mas pelo menos uma severa admoestação.


c)    Rosa Lynch (1879-1956), ativista negra e defensora dos direitos civis. No dia 1 de dezembro de 1919, em Montgomery, Alabama, Rosa pegou um ônibus e foi sentar-se obedientemente na parte traseira, reservada à colored section. Como não havia assentos disponíveis na parte da frente, o motorista – branco, é claro – mandou que Rosa cedesse seu lugar para um passageiro branco que acabara de subir no ônibus. Rosa disse não, o motorista engrossou, o pau comeu, os negros deram início a um boicote ao serviço de ônibus da cidade e ela só não foi linchada porque o caso teve repercussão internacional. Mas a Lei dos Direitos Civis é conhecida lá no sul como Lynch Law.  

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Teste 27: guilhotina

Resposta do teste 26: c
Teste 27: guilhotina
a)   Marie-Émilie Guillotine (1745-1809), célebre meretriz francesa que rodava bolsinha na Rue St. Denis, disputanto pau a pau (no bom sentido) a preferência dos visitantes do Museu do Louvre, não muito distante dessa ‘via do pecado’. Mulher voluntariosa e de caráter intempestivo, não hesitava em decepar o pingulim de quem se atrevesse a não lhe pagar pelos serviços prestados. Seus clientes morriam de medo de seus ataques de ira, mas diziam que valia a pena. “A mulher era demais,” afirmavam eles.
b)   Joseph-Ignace Guillotin (1738-1814), médico e político, ao contrário do que se pensa, não inventou a guilhotina. Ele até era contra a pena de morte. O que ele fez foi propor um mecanismo que tornasse a execução de criminosos de qualquer classe social – nobres ou plebeus – mais igualitária. Até então, os nobres eram decapitados por um golpe de machado ou espada, enquanto os plebeus eram normalmente enforcados. Agora, fala sério: ele não desenhou nem projetou a guilhotina. Por coincidência, um obscuro médico de Lyons, chamado J.M.V. Guillotin foi guilhotinado. Azar dele. O nosso Joseph-Ignace Guillotin morreu em casa, junto à família, de morte natural, acabrunhado de ver seu nome associado àquela coisa medonha.

c)   Franz Ferdinand Weber (1762-1790), estudante alemão cursando Direito na Sorbonne. Uma noite, voltando para casa, encontrou uma moça chorando sozinha numa praça. Ofereceu-se, sem malícia, para dar-lhe abrigo em seu pobre quartinho. A moça aceitou, mas quando o rapaz foi fazer-lhe, sem malícia, um carinho no rosto, a cabeça da moça caiu-lhe nos pés. A polícia não acreditou na história e ele foi executado naquela máquina recém-inaugurada, que nem nome tinha ainda. Resolveram batizá-la com o sobrenome da pobre moça: Francesca Giullotinati, faxineira italiana.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Thank you very much much indeed

Eu tentei agradecer individualmente a cada um dos meus amigos e alunos (não os chamo de ex-alunos, porque na minha lembrança vocês seguem tendo 17 anos), mas desculpem: cansei. Por isso, valho-me deste espaço para dar um grande, um imenso abraço a todos os que ainda se lembram de mim. Não tinha menor ideia da repercussão do meu 'comunicado'. You really made my day

Happy aniversário

Há exatamente um ano, no dia 14 de janeiro de 2017, meu aniversário, eu fui operado de um tumor no cérebro que me deixou sequelas até agora não superadas, apesar de toda a fisioterapia do mundo. Sem entrar em detalhes, minha vidinha ficou bem mais atrapalhada do que antes.
Meses depois, veio o diagnóstico de câncer no pulmão. Nos dois pulmões. Já passei incólume por nove sessões de quimioterapia. Não sei ainda quantas faltam.
Na semana que vem, farei uma consulta com um neurologista, para saber que mais eu tenho. Como já dizia Claudius, o tio de Hamlet, “When sorrows come, they come not single spies, but in battalions” (Tradução: Desgraça pouca é bobagem.)
Mesmo assim, não obstante todos esses percalços, no ano passado eu consegui publicar A fábula do papagaio, com ilustrações primorosas do Igino Rotta; escrevi, em parceria com o Mestre Amadeu Marques (parceria essa que muito me honra) o Conserte o seu inglês, livro que será lançado no mês de julho em Caxias do Sul; traduzi para o inglês os textos explicativos das 24 valsas brasileiras, de Francisco Mignone, além de outros trabalhos que ainda não estou em condições de divulgar.
O que posso divulgar nesse momento, para comemorar meu 71º aniversário, é que dentro de algumas semanas serão publicados mais dois livros meus: Tempos de escola e Testemunha de um enforcamento. Maiores detalhes nos próximos posts.
Happy birthday to me!


quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

26. Amélia, a mulher de verdade

Resposta do teste 25: a
Teste 26: Amélia, a mulher de verdade
a)   Amélia da Piedade Rodrigues (19201999), foi cantora e atriz portuguesa. Ajudou a divulgar e popularizar o fado no mundo todo. Não obstante sua enorme fama, sempre foi muito discreta. Em suas dezenas de entrevistas, quando indagada sobre sua vida pessoal e amorosa, sempre respondia: “De quem eu gosto nem às paredes confesso.” E terminava, dizendo com um sorriso: “Mesmo que penses que me convences, nada te digo.” 


b) Amelia Mary Earhart (1897-1937), pilota americana, primeira mulher a voar sozinha sobre o Oceano Atlântico, apesar das tentativas de Charles Lindbergh de demovê-la da ideia. Puro ciúme. Defensora da igualdade de direitos para homens e mulheres, recusava-se a cozinhar para o marido, enquanto ele não aprendesse a fritar um ovo, pelo menos. Desapareceu misteriosamente durante um voo sobre o Pacífico. Suas últimas palavras, registradas no rádio de bordo, foram: “Pelo menos um ovo frito, for Christ’s sake!”


c)Amélia, empregada doméstica e lavadeira, moradora do Encantado, um subúrbio da Zona Norte do Rio de Janeiro. Lavava, passava, cozinhava – fazia das tripas coração para sustentar uma prole de dez filhos. Trabalhou na casa de Aníbal Alves de Almeida, irmão da cantora Araci de Almeida, e foi nela que se inspiraram Mário Lago (1911-2002) e Ataulfo Alves (1909-1969) para criar o imortal samba Ai Que Saudades da Amélia. Hoje em dia, a letra dessa música é considerada machista e preconceituosa.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

25. gilete

Resposta do teste 24: c
Teste 25: gilete
a)   King Camp Gillete (1855-1932), empresário e inventor americano. Começou a vida vendendo tampinhas de garrafa. A partir daí, sei lá por quê, teve a ideia de criar uma lâmina de barbear descartável. Os homens da época usavam navalhas que precisavam ser constantemente afiadas em tiras de couro. Um saco. Daí por que muitos deles preferiam usar barba. Isso mudou radicalmente quando, em 1903, Gillete patenteou seu invento e passou a vender seu produto bem baratinho. Foi um sucesso.
b)   Jean-François Gillette (1876-1951), barbeiro francês. Sua barbearia ficava na Rue Pigalle, na zona boêmia de Paris. Teve entre seus fregueses Toulouse-Lautrec, Pablo Picasso e Van Gogh. O problema é que Gillette era péssimo no manejo da navalha, frequentemente ferindo o rosto dos homens que por lá passavam. Ele chegou a cortar a orelha de Van Gogh, o que deu ao grande gênio da pintura sinistras ideias...Irritado com as críticas que recebia, resolveu criar um instrumento que permitisse escanhoar o rosto dos clientes com apuro e sem dor. Foi um sucesso.

c)   André Gillete (1872-1956), ferreiro americano nascido em Chicago, logo depois do grande incêndio de 1871, que praticamente devastou a cidade. Gillete percebeu que seria bem mais fácil ferrar os cavalos se ele tivesse um instrumento afiado para limpar os cascos dos animais e deixá-los lisinhos. Depois de várias experiências malsucedidas, em que oito cavalos morreram de infecção, Gillete finalmente produziu uma lâmina ao mesmo tempo firme e descartável. Percebendo o potencial de seu invento, correu a patenteá-lo. Foi um sucesso.

domingo, 7 de janeiro de 2018

contador geiger

Resposta do teste 23: b
Teste 24: contador geiger - quem foi esse cara?
a)   Martin Geiger (1654-1709), fazendeiro islandês, o primeiro habitante da ilha a contar e catalogar as nascentes termais que, de tempos em tempos, entram em erupção e lançam um jato de água quente no ar. Já tinha contado oito, quando sofreu queimaduras de 3º grau por conta do geiger Haukadalur. Essas erupções originalmente se chamavam geiser, mas por causa do acidente com o fazendeiro, passaram a se chamar geiger.    

b) Kai-Uwe Geiger (1890-1944), contador austríaco ou, como se dizia na época, guarda-livros. Era o responsável por ‘experiências científicas’ no campo de concentração de Dachau, recebendo ordens diretas de Josef Mengele, o Anjo da Morte. De tanto contar o número de prisioneiros levados às câmaras de gás, entrou em depressão e suicidou-se com uma cápsula carregada de radiações ionizantes.


c) Hans Geiger (1882-1945), físico alemão. Juntamente com seu colega Walther Müller, desenvolveu o contador que leva o seu nome. Este instrumento serve para detectar vários tipos de radiação ionizante. Nazista praticante, dedou vários colegas judeus, que foram ‘ionizados’ pela Gestapo. Durante suas horas de folga, enquanto tentava sem sucesso construir uma bomba atômica alemã, escreveu o Handbuch der Physic, em 24 volumes.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Resposta do teste 22: a
Teste 23: Donde vem esse misterioso verbo galvanizar?
a) John Galvin (1745-1800), pescador escocês, que costumava passar os fins de semana pescando salmão no rio Tay. Usando anzóis que ele mesmo fabricava, feitos de ferro revestidos de zinco, percebeu que os peixes, quando assados na brasa, exalavam um cheiro forte e desagradável. Ele então intuiu que os peixes continham uma carga elétrica. Nunca mais comeu salmão e passou a pescar truta no Lago Ness, apesar do medo de encontrar o famoso monstro do lago, apelidado carinhosamente de Nessie.
b) O processo de revestimento do aço com a utilização do zinco leva esse nome em homenagem ao cientista italiano Luigi Galvani (1737-1798), médico, professor e cientista italiano. Tal processo se deve (quem diria!) a uma humilde rã. Ao dissecar o batráquio numa aula de anatomia na Universidade de Bolonha, constatou que, mesmo morta, a bichinha se contraía como se estivesse possuída pelo demônio quando Galvani tocava seus músculos com duas pinças feitas de metais diferentes. Pronto: estava descoberto o princípio da bateria.   

c) Manuel Ambrósio Galvão (1811-1876), pesquisador português que descobriu o mecanismo de proteção do aço por revestimento de zinco. As sardinhas que ele dissecava para depois assá-las não produziam eletricidade, como se pensava na época, mas apenas reagiam a um estímulo elétrico. Por não ter patenteado sua descoberta, morreu na miséria, sendo sustentado nos últimos anos de vida por seu irmão Joaquim Ambrósio. Chegou a publicar um livro que, infelizmente, passou despercebido pela comunidade científica de Coimbra: Sobre a força da electricidade nos movimentos musculares.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

22. ampere

Resposta do teste 21: b
Teste 22: ampere
a) André-Marie Ampère (1775-1836), físico, matemático e filósofo francês, autor de, entre tantas obras magníficas, Recueil d'Observations électro-dynamiquesLa théorie des phénomènes électro-dynamiques, e a minha preferida, Précis de la théorie des phénomènes électro-dynamiques. Sua principal contribuição para a ciência foi a descoberta das leis que regem as atrações e repulsões das correntes elétricas entre si.
b) François Ampère (1657-1669), criança-prodígio nascida em Marselha. Com apenas sete anos de idade aprendeu com o pai a ler em latim e passou a interessar-se por teoremas de álgebra e geometria. Aos 11, redigiu um tratado sobre as seções cônicas. Sua mãe tirou-o da escola, temendo por sua saúde mental. E ela estava certa: aos trinta, ele foi internado no Hospice des Fous, perto de Paris.

c) Higine d’Ampère (1885-1934), natural de Colombey les Deux Églises, situada a 250 km de Paris. Foi professor de geometria do Lycée des Beaux-Arts de Paris. Tinha como hobby observar os pássaros do Liceu. O estudo do canard mandarin, do cormoran e da fauvette pitchou, entre tantos outros, levou-o a elaborar os princípios da análise infinitesimal e da teoria que tornou possível a construção de vários aparelhos eletromagnéticos. Um fenômeno, realmente.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Teste 21: Jumbo

Teste 21: Jumbo
a)   Apelido do 747, o primeiro avião double decker (de dois andares), lançado comercialmente em 1969. Era uma aeronave tão grande que acabou ‘batizando’ qualquer elefante de circo. Jumbo, o enorme paquiderme do famoso Ringling Bros and Barnum & Bailey Circus, recebeu esse nome por causa do avião. Para o voo inaugural, de Nova York a Chicago, o tratador do animal foi convidado e viajou de 1ª classe. Chorou a viagem toda.

b) Elefante africano (1861-1885), foi a principal atração do circo de P. T. Barnum. Nem a mulher barbada, nem os irmãos xipófagos, nem mesmo a sereia de Figi, uma montagem das mais fajutas de uma cabeça de macaco acoplada ao corpo de um peixe fazia tanto sucesso quanto o enorme paquiderme. O bicho morreu atropelado por um trem. Imaginem em que estado ficou o trem.

c) Mumbo Jumbo, expressão linguística muito usada pelos povos do Caribe, provavelmente derivada do creole. Designa qualquer coisa de tamanho descomunal, tipo “uma chuva mumbo jumbo” ou “bati a cabeça num poste e fiquei com um mumbo jumbo de um galo na testa”. Hoje completamente fora de moda, ninguém diria que a corrupção no Brasil é mumbo jumbo. Diria (e diz mesmo) que é uma corrupção sistêmica,