segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Reestruturação das escolas: pontos de vista

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Toda essa celeuma em torno da reestruturação da rede de ensino público em São Paulo me fez pensar num lado da questão que tem sido pouco abordado: o que o aluno ganha com isso, do ponto de vista da aprendizagem.

Trocando ideias sobre o assunto com um amigo, professor de física, a divergência acabou como quase sempre acabam as diferenças de opinião: a gente discute, discute, discute e, no fim, cada um fica com a sua própria opinião.

Então, fui pesquisar. Achei, logo de cara, uma pergunta intrigante:  “Is it safe to mix chicks of different ages together?” (http://www.avianaquamiser.com/posts/Mixing_chicks_of_different_ages/)

Pensei tratar-se de uma metáfora. Ledo engano. Era pinto mesmo: “I came across this conundrum while trying to decide if it was okay to buy some slightly younger chicks to keep our homegrown chick company.”
                                               
http://northshorejournal.org/LinkedImages//2009/04/chicken-farm-in-zambraniyah.jpg
Prossegui com minha pesquisa:
O lado do governo:  A Secretaria Estadual da Educação pretendia (não pretende mais) que cada escola passasse a oferecer aulas de apenas um dos três ciclos da educação: o primeiro, para alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental; o segundo, para alunos do 6º ao 9º ano do fundamental; e o terceiro, para alunos do ensino médio. A ideia se baseou num levantamento da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), segundo o qual entre 1998 e 2015 o Estado de São Paulo teve uma queda de 1,3% ao ano da população em idade escolar.


O lado dos pais: quem tem filhos na rede estadual de ensino estava (não está mais) de cabelo em pé: como levar as crianças para escolas diferentes, distantes umas das outras, com um trânsito caótico, mesmo em cidades não tão grandes como a Capital? Meus netos frequentam escolas diferentes na Alemanha. Problema? Nenhum. As escolas ficam próximas umas das outras e, mais do que isso, ficam próximas da casa deles. Dessa forma, eles podem ir para a aula sozinhos e de bicicleta. 
                                       
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O lado dos alunos: no ‘recreio’, alunos de diferentes idades compartilham o mesmo espaço. Porém, de maneira geral, eles próprios têm os seus ‘cantinhos’: os menores brincam e correm de um lado e os maiores conversam e namoram de outro. Existe, é claro, a possibilidade de bullying, bem como de tráfico de drogas. Mas o bullying quase sempre tem como protagonistas crianças da mesma faixa etária, o mesmo ocorrendo com as drogas. Eles só se juntam mesmo em torno da lanchonete.
                                       
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O lado da aprendizagem: Para Piaget, Vygotsky e Wallon, a interação entre crianças, pré-adolescentes e adolescentes contribui para o desenvolvimento da autoestima, dos valores morais, dos processos afetivos,  do raciocínio e da linguagem.
                                              

De minha parte, nunca tive nenhum problema em dar uma aula para a 5ª série e em seguida para uma turma do 3º colegial. Os alunos, até onde eu sei, jamais se queixaram de que a aula estava num nível abaixo ou acima de sua capacidade de entendimento. Atrevo-me até a dizer que o professor que dava aula sempre para a mesma faixa etária acabava por aborrecer-se com a rotina de dar ano após ano os mesmos conteúdos.





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