quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Casas


CASAS
A Christovam Gonçalves, para onde meus pais se mudaram quando eu tinha cinco meses de idade, era uma ruazinha de 120 metros. De um lado, a Martim Carrasco. De outro, a Miguel Isasa.

Que casas dessa rua me ficaram na memória? Na ponta do lado de lá, a casa do Miguelzinho Maluco, que me vendeu meu primeiro fusca. Nunca entrei lá.

A casa do Sotchan. Sobrado enorme, cheio de coisas japonesas, inclusive  espadas de bambu e roupas e máscaras especiais para aquelas lutas. O Sotchan tinha também pilhas e pilhas de gibis. Eu ficava horas lendo o Capitão Marvel, o Fantasma, o Mandrake etc. Minha chorava de rir ao pensar que um amigo do seu filho se chamava sutiã.

A casa do Nêni, filho da Dona Ermelinda e de um homem que a gente chamava de Orelhas-Narizes-e-Bigodes, por razões que não é preciso explicar. Foi lá que eu estava em 58, quando o Brasil ganhou da França por 5 a 2.

Atravessando a rua, a casa do Velho Rabugento. Quando a bola caía no quintal de sua casa, ela, sim, a devolvia para a molecada, mas rasgada.

A casa dos irmãos Sérgio e Wilsinho, filhos do médico da família, Doutor Lazzarini, que cuidou do meu pai quando ele faleceu e de mim próprio, quando caí ao pular uma valeta enquanto asfaltavam a rua.

Amanhã tem mais.

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