Folheando o Diário Oficial da
União...Brincadeirinha. É que o Tolosa, professor de português do cursinho para
o vestibular de Direito, ensinava que a redação podia estar uma porcaria, mas o
início e o fim do texto teriam que chamar a atenção do examinador.
Feita a explicação, vamos ao
que interessa: propaganda enganosa. Segundo o Procon, “é aquela que mente sobre produtos ou serviços ou deixa de dar
informações básicas ao consumidor, levando-o ao erro.”
Vejamos mais
algumas definições interessantes:
“Deceptive
advertising, also known as false advertising, refers to a manufacturer's use of
confusing, misleading, or blatantly untrue statements when promoting a product.”
(Consumer Laws)
Que as
agências de publicidade me perdoem, mas na minha opinião toda propaganda é enganosa. Diria até que algumas são mais do que
enganosas. São criminosas.
Bombardeados
todo santo dia por anúncios na televisão, no rádio, nos jornais, nas revistas,
na internet, no cinema, nas ruas, no metrô e nos ônibus, somos sempre compelidos
a comprar algum produto que não é o que deveria ser.
Exemplos? Eles
abundam!
“Ao persistirem os sintomas, o
médico deverá ser consultado.” Esta
frase, dita a toda velocidade após a veiculação publicitária de um medicamento,
sugere o quê, senão a automedicação?
“Tomou Doril, a dor sumiu.”
Sumiu mesmo? Basta tomar um comprimido e pronto? Funciona sempre? Vale para
todo mundo?
“Em 10 prestações sem juros?”
Com uma inflação dessas? Fala sério!
“Se é Bayer é bom.” Really? E os anticoncepcionais Yaz e
Yasmin, fabricados com drospirenona, suspeitos de provocar coágulos sanguíneos,
ataques cardíacos e derrames?
O iogurte Activia ajuda a
regular a digestão tanto quanto qualquer outro iogurte. Nos Estados Unidos a
Danone teve de pagar 45 milhões de dólares de indenização a consumidores que
processaram a companhia. Notaram que a publicidade do produto sumiu?
A FDA (Food and Drug Administration), órgão federal americano que controla a produção de alimentos e remédios, proibiu a Coca-Cola e a Pepsi de usar a palavra ‘diet’ em seus rótulos e sua publicidade. Os adoçantes artificiais que estes refrigerantes contêm não ajudam a perder peso. Pelo contrário, os consumidores podem até engordar.
Eu já tive um tênis da marca
New Balance. Nada contra. Só que havia uma propaganda que dizia que ele ajudava
a queimar calorias. Uma ova! Não ajuda nada.
Obviamente, ninguém vai imaginar que, tomando Red Bull, vai
criar asas. A falsidade não reside aí e sim na divulgação de que o energético
vai melhorar seu desempenho físico e mental. Que vai, vai. Mas o café e outros produtos
que contêm cafeína têm o mesmo efeito. O chato é que a Red Bull, para se
defender das acusações de publicidade enganosa, citou várias pesquisas
científicas, que, na verdade, não foram realizadas.
São dois tipos de hamburguer: o que aparece nos anúncios e o que
você efetivamente come.
É claro que não se está aqui falando de propaganda política. Mas
se olharmos os gráficos abaixo, poderemos ter uma ideia da manipulação: o primeiro
é ‘de mentirinha’; o segundo é o verdadeiro.
Depois de tudo isso, eu
proporia, se ainda estivesse na ativa, que os alunos pesquisassem e
descobrissem 10 (só dez) exemplos de false advertising em inglês,
acompanhados dos fundamentos que justificasses a acusação.
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