quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Propaganda enganosa


 






Folheando o Diário Oficial da União...Brincadeirinha. É que o Tolosa, professor de português do cursinho para o vestibular de Direito, ensinava que a redação podia estar uma porcaria, mas o início e o fim do texto teriam que chamar a atenção do examinador.
Feita a explicação, vamos ao que interessa: propaganda enganosa. Segundo o Procon, “é aquela que mente sobre produtos ou serviços ou deixa de dar informações básicas ao consumidor, levando-o ao erro.”

Vejamos mais algumas definições interessantes:

“Deceptive advertising, also known as false advertising, refers to a manufacturer's use of confusing, misleading, or blatantly untrue statements when promoting a product.” (Consumer Laws)

Que as agências de publicidade me perdoem, mas na minha opinião toda propaganda é enganosa. Diria até que algumas são mais do que enganosas. São criminosas.

Bombardeados todo santo dia por anúncios na televisão, no rádio, nos jornais, nas revistas, na internet, no cinema, nas ruas, no metrô e nos ônibus, somos sempre compelidos a comprar algum produto que não é o que deveria ser.

Exemplos? Eles abundam!
“Ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado.”  Esta frase, dita a toda velocidade após a veiculação publicitária de um medicamento, sugere o quê, senão a automedicação?

“Tomou Doril, a dor sumiu.” Sumiu mesmo? Basta tomar um comprimido e pronto? Funciona sempre? Vale para todo mundo?

“Em 10 prestações sem juros?” Com uma inflação dessas? Fala sério!

“Se é Bayer é bom.” Really? E os anticoncepcionais Yaz e Yasmin, fabricados com drospirenona, suspeitos de provocar coágulos sanguíneos, ataques cardíacos e derrames?


 

O iogurte Activia ajuda a regular a digestão tanto quanto qualquer outro iogurte. Nos Estados Unidos a Danone teve de pagar 45 milhões de dólares de indenização a consumidores que processaram a companhia. Notaram que a publicidade do produto sumiu?


A FDA (Food and Drug Administration), órgão federal americano que controla a produção de alimentos e remédios, proibiu a Coca-Cola e a Pepsi de usar a palavra ‘diet’ em seus rótulos e sua publicidade. Os adoçantes artificiais que estes refrigerantes contêm não ajudam a perder peso. Pelo contrário, os consumidores podem até engordar.


Eu já tive um tênis da marca New Balance. Nada contra. Só que havia uma propaganda que dizia que ele ajudava a queimar calorias. Uma ova! Não ajuda nada.   

Obviamente, ninguém vai imaginar que, tomando Red Bull, vai criar asas. A falsidade não reside aí e sim na divulgação de que o energético vai melhorar seu desempenho físico e mental. Que vai, vai. Mas o café e outros produtos que contêm cafeína têm o mesmo efeito. O chato é que a Red Bull, para se defender das acusações de publicidade enganosa, citou várias pesquisas científicas, que, na verdade, não foram realizadas.

São dois tipos de hamburguer: o que aparece nos anúncios e o que você efetivamente come.
É claro que não se está aqui falando de propaganda política. Mas se olharmos os gráficos abaixo, poderemos ter uma ideia da manipulação: o primeiro é ‘de mentirinha’; o segundo é o verdadeiro.

 


Depois de tudo isso, eu proporia, se ainda estivesse na ativa, que os alunos pesquisassem e descobrissem 10 (só dez) exemplos de false advertising em inglês, acompanhados dos fundamentos que justificasses a acusação.



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