quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Aprender brincando


Do ensino fundamental até a faculdade, não me lembro jamais de ter aprendido alguma coisa na escola fazendo joguinhos ou brincando com algum game. O inglês que eu sei entrou na minha cabeça, em primeiro lugar, com os três livros do Yázigi, da década de 60, que eu guardo até hoje com carinho. Depois, com livros mais sérios, que continham regras, exemplos e exercícios, não brincadeirinhas. Dentre eles, cito alguns, que usei ou na Faculdade ou em sala de aula para alunos adiantados:

A Comprehebsive English Grammar for Foreign Students, by C.E Eckersley &  J.M. Eckersley (Longman)
Practical English Usage, by Michael Swan (Oxford)
Living English Structure, by W. Stannard Allen (Longman)
A University Grammar of English, by Randolph Quirk & Sidney Greenbaum (Longman)
Better Spoken English, by Geoffrey Barnard (Macmillan)

Hoje, porém, há uma infinidade de sites do tipo ‘Learn English and Have Fun’. Eis alguns:


Durante vários anos, usei no Porto Seguro a coleção Learning English – Modern Course, da EPU. Havia, para cada livro, um Workbook, repleto de anagramas, palavras cruzadas, caça-palavras etc. Joguinhos? Joguinhos, porém eles apareciam no fim da unidade, como uma espécie de revisão do conteúdo já estudado.

O que eu quero dizer com isso é que, na minha experiência, acho improvável o slogan “Study English and have fun at the same time“. Acho que os tais games têm um fim em si mesmo: eles apenas servem para ‘have fun’. Sei que é uma afirmação temerária e polêmica. Mas seria interessante perguntar a meus ex-alunos se eles aumentaram o seu vocabulário de inglês fazendo crossword puzzles, decifrando anagrams, unscrabbling the words e por aí vai.
Eu receio que não. Acho que só se aprende uma língua estrangeira (aliás, isso vale também para o português) lendo, lendo muito, praticando, anotando, - numa palavra, RALANDO. O resto é Disney World.





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