Muitos anos atrás, havia uma
divulgadora da Longman que visitava o Colégio antes do início das aulas. Era
uma senhora inglesa, muito sorridente e que falava muito rápido. Não me lembro
do verdadeiro nome dela, pois todos a chamávamos de Mrs. Longman – pelas
costas, of course.
Ela entrava com uma mala de viagem,
dessas antigas, de couro, cheia de livros.
Ia tirando um por um,
explicando sumariamente para que faixa etária eles se destinavam, que
estratégias usar durante as aulas etc.
Eu e os demais professores de
inglês ouvíamos a exposição no mais completo silêncio. E era impressionante
como, em questão de segundos, ela conseguia usar dois ou três phrasal verbs numa mesma sentença.
Quando nós, brasileiros,
falamos inglês, o phrasal verb é
quase sempre o segundo verbo que nos vem à cabeça. O primeiro costuma ser um
verbo de origem latina. Por exemplo, a manchete da http://time.com/4185229/brazil-new-internet-restrictions/ num
texto sobre o Brasil, publicado anteontem, 20 de janeiro, diz: Brazilian Lawmakers Threaten to Crack Down on Internet Freedom. Quantos de nós usaríamos crack
down no lugar de regulate, repress
ou restrain?
Phrasal verbs deixam qualquer estudante de inglês de
cabelo em pé. A internet está cheia de sites que dão sugestões, oferecem
estratégias e apontam meios de dominar esta área cinzenta da língua inglesa.
Aqui estão alguns:
Eles resolvem o problema?
Tenho lá minhas dúvidas.
Certa vez, na Inglaterra, eu
estava acompanhando um grupo de alunos num curso de férias. Às vezes, eu
assistia a algumas aulas, só para ver como um native speaker ensinava inglês para um grupo de foreigners. Um dia, para meu espanto, o
professor anunciou: “Hoje eu vou ensinar vocês como dominar os phrasal verbs.”
“Pombas, que sorte a minha!” pensei.
Finalmente, alguém ia me ‘mostrar o caminho’. Peguei minha caneta e fiquei a
postos. Em tempo: naquela época ainda se dizia 'pombas!' e não 'wow!'
O rapaz passou o braço sobre a
mesinha do professor, derrubando no chão livros, papéis, slides, canetas, lápis
– o diabo. Aí ele se sentou sobre a mesa na posição de lótus, fechou os olhos e
começou a entoar, se é que se pode chamar assim, um som parecido com
“hmmmmmmmmmmmmm”.
Depois de mais ou menos um
minuto, ele abriu os olhos, sorriu docemente para a classe e disse: “É assim
que funciona. Você reza para o deus dos Phrasal
Verbs e pede que ele o ilumine.”
Amém.
Jan.
20, 2016
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