Uma vez eu fui ao Rio de
Janeiro participar de um congresso de professores de inglês. Havia mais de
duzentos colegas, vindos dos quatro cantos do Brasil. Ficamos uns quatro ou
cinco dias discutindo em mesas redondas e em plenárias os mais diversos
problemas da profissão. O objetivo final era, como coroamento do congresso,
elaborar um documento que seria enviado ao Ministério da Educação.
Após intermináveis debates –
bla bla bla pra cá, bla bla bla pra lá – quase se chegou a um consenso. Todo
mundo estava de acordo com a pauta mínima, que incluía, entre outras coisas, um
plano de carreira, salários mais dignos, melhores condições de trabalho etc.
etc. etc. O de sempre. Toda categoria profissional reivindica sempre as mesmas
coisas. Estava tudo indo muito bem, até que se passou a discutir a diminuição
do número de alunos por classe. Aí o caldo engrossou.
Por incrível que pareça, nem
todos concordavam que quanto menos alunos em sala de aula, melhor para eles e
melhor para os professores. Houve um pequeno grupo que foi contra. Razão: no
Estado de onde eles vinham (não digo qual, porque contar alunos como se conta
gado pega muito mal e é, no mínimo, vergonhoso), o valor da aula variava
exatamente de acordo com o número de alunos. Se a classe estivesse lotada, com
alunos saindo pelo ladrão, maior seria a remuneração do professor.
Foi um pandemônio. O pessoal
caiu em cima do tal grupo e a discussão seguiu acalorada por talvez uma hora.
O chato é que eu não lembro o
que ficou decidido. Mas, como sempre, eu continuo achando que classes menores
aprendem melhor. Salas enormes, só em cursinho.
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