Um emoji vale mais que mil palavras
Desde 2004, uma equipe da Oxford University Press, formada por
lexicógrafos, editores e publicitários, elege a chamada Palavra do Ano. Naquele
ano, a palavra escolhida foi chav,
que designa um adolescente metido a besta; no ano seguinte, foi a vez de sudoku, uma espécie de jogo de palavras
cruzadas, feito com números; em 2013, selfie,
que dispensa tradução; 2014, vape,
que significa fumar um cigarro eletrônico – se a palavra pegar no Brasil, logo,
logo veremos fumantes vapeando por aí.
Neste ano, a ‘vencedora’ é emoji
(para quem conhece fonética, pronuncia-se ImoUdgi:). Ela
disputou o título com sharing economy,
economia compartilhada; they, pronome
politicamente correto, usado em referência a uma pessoa de gênero não
especificado, on fleek, bom demais; ad blocker, bloqueador de anúncios; refugee, refugiado, é claro; Brexit (British + exit), a
possibilidade, cada vez mais real, de que a Grã-Bretanha deixe a União
Europeia; dark web, área da Internet que só pode ser acessada por
meio de um software especial e que oculta a identificação de seus
usuários; e. finalmente lumbersexual,
um estilo de moda masculina (calças jeans, camisa xadrez, barba por fazer etc.)
que sugere virilidade e comportamento rústico.
Emoji, a Palavra do Ano de 2015, vem do japonês e (figura) + moji (letra) e nem chega a ser uma palavra. Na verdade, trata-se de
uma imagem pictográfica de uma carinha, usada para exprimir uma grande
variedade de emoções, tais como alegria (😁), tristeza (😢), raiva (😠)
etc. O emoji escolhido para este
ano foi uma carinha chorando de tanto rir, uma vez que estatisticamente foi o emoji mais usado no mundo todo.
O primeiro emoji foi criado por Shigetaka Kurita em 1999. Funcionário de um provedor
de serviço móvel, Kurita inspirou-se, parece, em pictogramas e mangás
japoneses. Até 2011, os emojis praticamente
só eram usados dentro do Japão, mas graças à Apple, eles agora estão presentes
no mundo inteiro.
Já contamos com os emoticons, termo criado a partir da junção de emotion com icon, que são
usados para exprimir emoções através de caracteres tipográticos, tipo :-), :-( ou :'(. Há também os emoticons com imagens, como por exemplo ✋ e 💝.
Só o tempo – e
nos dias de hoje esse tempo passa muito rápido – dirá se todos
esses ícones, essas figurinhas, esses símbolos,
muitas vezes acompanhados de abreviações do tipo BBK (babaca), CMG (comigo),
FIKDIK (fica a dica) e PFV (por favor), vão contribuir para empobrecer ou para
enriquecer a comunicação. Aguardemos.
Bjs,
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