domingo, 21 de setembro de 2014

PENSAMENTOS
Democracia: Claro que sou um democrata. Todos têm o direito de concordar comigo.
Suprema ironia: A presidente da Petrobras se chama Graça.
Justiça: Todo político deveria ser apedrejado em praça pública. Perdão, todos não. Só os desonestos.
Racismo: “Cada macaco no seu galho” é uma frase que pode dar cadeia hoje em dia.

Mau humor: Diante da avalanche de más notícias, recomenda-se que a presidente não seja fotografada nem de frente, nem de lado, mas sim de longe.

TEMPOS DE ESCOLA
DE COMO DEI MINHA PRIMEIRA AULA
Éramos seis. Eu sei, esse é o título de um romance de Maria José Dupré, mas não é do livro que eu quero falar. Éramos seis: Zezé, Nenê, Wilsinho, Sérgio, João e eu. Seis meninos que jogavam bola com bola de meia no meio da rua, corriam atrás de balão, rodavam pião, empinavam quadrado, essas coisas que se tornaram tão obsoletas quanto máquina de escrever e telefone de discar.
Quando ficamos um pouquinho mais velhos, coisa aí de 14, 15 anos, resolvemos – eu digo ‘resolvemos’, mas na verdade eu mesmo não resolvia nada. Por ser o mais novo da turma, eu fazia o que os outros cinco decidiam – pôr um anúncio no jornal do bairro, A Gazeta de Pinheiros:

AULAS PARTICULARES
Português, Inglês, Matemática, Física, Química e Piano.
Telefone tal, horário comercial
O único interessado foi uma senhora alemã, cujo filho estava indo mal em inglês. O garoto estava no que hoje é a 6ª série do ensino fundamental, 2ª série do ginásio naquele tempo. Estudava no Colégio Estadual Fernão Dias, na Pedroso de Morais.
O Helinho tinha 12 anos e eu, 14. Fazia um ano já que eu estudava inglês no Yázigi. O livro que ele usava era o mesmo que eu tinha usado. Acho que era o único que existia naquela época. Deve ser difícil encontrar alguém que não tenha usado no ginásio o livro do João Fonseca na década de 60.
As aulas começaram e tudo ia bem até que chegamos a uma lição que apresentava as frutas:
peach (pera), apple (maçã), grapes (uvas), strawberry (morango)...Aí entrou areia. Eu pronunciei strawbérry, com acento no bé. O Helinho estranhou. Strawbérry? Não é stráwberry, com acento no stró?
Era. Para não dar o braço a torcer, eu firmei posição:
- Stróbery é em inglês americano; strobéry é inglês britânico. Eu falo strobéri.
Não colou. A partir daí, volta e meia o Helinho me checava:
- É lémon ou límon? Nectarín ou nectaráin?
De qualquer forma, o menino passou de ano e eu ganhei um broche da mãe dele. Era uma folha de árvore, uma folhinha de verdade, banhada a ouro. Feito por ela própria. Eu dei o broche para a minha mãe.

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