quinta-feira, 21 de julho de 2016

Pampulha

Pampulha,  Patrimônio Cultural da Humanidade

Alguns anos atrás, fui a Belo Horizonte para participar de um evento cultural, poeticamente batizado de ‘Passarela Literária’. Era uma tarde de autógrafos de vários autores distribuídos por diversas livrarias próximas umas das outras. Como estava sendo lançado um livrinho meu, resolvi participar. Passei a tarde toda batendo papo com outros escritores e, por fim, acabei autografando...um único livro. Já pensaram quanto este exemplar vai valer daqui a 100 ou 200 anos? Uma autêntica 1ª edição, assinada pelo próprio autor? Com certeza, nada, absolutamente nada.
But I digress. Era a primeira vez que visitava a cidade e, claro, quis conhecer a Pampulha. Lá chegando (de ônibus), caminhei pela calçada que beira o lago. O mau cheiro que exalava dos peixes mortos boiando perto da margem me fez atravessar a rua para ficar um pouco longe do fedor.
Aí cheguei à igrejinha. É bonita, é original. Diria até atemporal, quer dizer, nunca vai ficar fora de moda. Por dentro e por fora. Os 14 painéis pintados por Cândido Portinari, retratando a Via Crucis (atenção, Revisão: Crucis sem acento, por favor – estou escrevendo em latim), os painéis, repito, são impressionantes e vêm explicados por pequenas fichas, escritas em português e inglês.
Foi aí que eu me chateei. O cheiro do lago eu até desculpei, mas o inglês...Quase todas as fichas continham erros grosseiros. Terminada a visita, que é bem curta, já que se trata de uma capela e não de uma, digamos, catedral, fui até a secretaria e me apresentei. Disse a uma funcionária que era professor de inglês e que era chato ver tantos erros de inglês num monumento internacional como aquele. Afinal, o lugar era uma das principais atrações turísticas de Belo Horizonte, visitada por centenas de estrangeiros e aqueles erros...
Ofereci-me para corrigi-los. Reescrevi numa folha de papel todas as anotações daquelas infames fichas. A funcionária me agradeceu muito e ainda ganhei um cafezinho.
Nunca mais voltei. Agora que a Pampulha tornou-se Patrimônio Cultural da Humanidade, torço para que as fichas estejam corretas.


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