domingo, 24 de julho de 2016

Base Nacional Comum Curricular


Resolvi encarar a Base Nacional Comum Curricular na parte que me toca (ou tocava, já que há tempos pendurei a caixinha de giz).

Por mera curiosidade, procurei as sugestões, ou diretrizes, ou normas, ou simplesmente palpites sobre o ensino da Língua Estrangeira Moderna a partir do 6º ano do Ensino Fundamental.

Para os que não estão habituados ao jargão peculiar dos educadores, muito apropriadamente chamado de pedagogês, já vou avisando que não é leitura fácil.

O documento se inicia por uma frase bombástica: “A base é a base.” Vocês podem não acreditar, mas é isso mesmo que está escrito lá. A base é a base. Faz lembrar Gertrude Stein com seu verso mais famoso: “A rose is a rose is a rose.” 

Ainda que abalado pela profundidade do, digamos, aforismo, senti que era meu dever seguir em frente.

Para não torrar a paciência de vocês, limito-me a reproduzir dois excertos – um, extraído do texto produzido pelo Ministério da Educação e o outro, colhido mais ou menos ao acaso na internet:

1.   A base é a base

“Durante todo o percurso escolar, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento envolvem interações significativas com textos na(s) língua(s) estrangeira(s). Essas vivências em língua estrangeira exigirão abordagens específicas e graus de complexidade, nas distintas etapas de escolarização, de acordo com os conhecimentos prévios dos/ as estudantes e as especificidades e demandas de seu contexto sociocultural, com vistas a propiciar oportunidades para:

■ compreender e produzir textos orais, escritos e multimodais na língua estrangeira;

■ fruir textos na língua estrangeira;

■ resolver desafios de compreensão e produção de textos orais, escritos e multimodais;

■ compreender e refletir sobre características de gêneros orais, escritos e multimodais na língua estrangeira;

■ apropriar-se de recursos linguístico-discursivos e culturais para compreender e produzir textos orais, escritos e multimodais na língua estrangeira;

■ compreender e valorizar o plurilinguismo, a diversidade sociocultural e a variação linguística;
■ refletir sobre a própria aprendizagem. Considerando a natureza da aprendizagem de uma língua estrangeira, que demanda oportunidades continuadas de uso da língua em interações significativas e relevantes para os/as estudantes nas etapas da educação básica e apropriação de recursos linguístico-discursivos e culturais no uso e para o uso, é importante destacar que tanto a metodologia de ensino, quanto as práticas de avaliação formativa, sejam coerentes com essa perspectiva.” (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/inicio)

2.   The four skills

“There are four major skills that a learner of a foreign language needs to master: listening, reading, speaking and writing. After the foreign-language classroom games, cultural activities and puzzles are over, these are the skills that a student will either have mastered or not.” (https://www.englishclub.com/learn-english/language-skills.htm)


Simples assim. Simples, mas não fácil. Ensinar uma língua estrangeira não é a piece of cake. Aprender, então, nem se fala. Dominar as tais four skills não é coisa que se faça com um pé nas costas, mas também acho que dá para se comunicar razoavelmente numa foreign language sem precisar saber o que é plurilinguismo ou o que são textos multimodais e recursos linguístico-discursivos.

Como chave de ouro, cito mais uma frase da Base: “Aprende-se uma língua estrangeira no uso e para o uso.” O Conselheiro Acácio não se expressaria melhor.






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