Resolvi encarar a Base
Nacional Comum Curricular na parte que me toca (ou tocava, já que há tempos pendurei
a caixinha de giz).
Por mera curiosidade, procurei
as sugestões, ou diretrizes, ou normas, ou simplesmente palpites sobre o ensino
da Língua Estrangeira Moderna a partir do 6º ano do Ensino Fundamental.
Para os que não estão
habituados ao jargão peculiar dos educadores, muito apropriadamente chamado de
pedagogês, já vou avisando que não é leitura fácil.
O documento se inicia por uma
frase bombástica: “A base é a base.” Vocês podem não acreditar, mas é isso
mesmo que está escrito lá. A base é a base. Faz lembrar Gertrude Stein com seu
verso mais famoso: “A rose is a rose is a rose.”
Ainda que abalado pela profundidade do, digamos, aforismo, senti que era meu dever seguir em frente.
Ainda que abalado pela profundidade do, digamos, aforismo, senti que era meu dever seguir em frente.
Para não torrar a paciência de
vocês, limito-me a reproduzir dois excertos – um, extraído do texto produzido
pelo Ministério da Educação e o outro, colhido mais ou menos ao acaso na
internet:
1. A base é a base
“Durante todo o percurso
escolar, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento envolvem interações
significativas com textos na(s) língua(s) estrangeira(s). Essas vivências em
língua estrangeira exigirão abordagens específicas e graus de complexidade, nas
distintas etapas de escolarização, de acordo com os conhecimentos prévios dos/
as estudantes e as especificidades e demandas de seu contexto sociocultural,
com vistas a propiciar oportunidades para:
■ compreender e produzir
textos orais, escritos e multimodais na língua estrangeira;
■ fruir textos na língua
estrangeira;
■ resolver desafios de
compreensão e produção de textos orais, escritos e multimodais;
■ compreender e refletir sobre
características de gêneros orais, escritos e multimodais na língua estrangeira;
■ apropriar-se de recursos
linguístico-discursivos e culturais para compreender e produzir textos orais,
escritos e multimodais na língua estrangeira;
■ compreender e valorizar o plurilinguismo, a diversidade sociocultural e a variação linguística;
■ compreender e valorizar o plurilinguismo, a diversidade sociocultural e a variação linguística;
■
refletir sobre a própria aprendizagem. Considerando a natureza da aprendizagem
de uma língua estrangeira, que demanda oportunidades continuadas de uso da
língua em interações significativas e relevantes para os/as estudantes nas
etapas da educação básica e apropriação de recursos linguístico-discursivos e
culturais no uso e para o uso, é importante destacar que tanto a metodologia de
ensino, quanto as práticas de avaliação formativa, sejam coerentes com essa
perspectiva.” (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/inicio)
2. The four skills
“There are four major skills that a
learner of a foreign language needs to master: listening, reading, speaking and
writing. After the foreign-language classroom games, cultural activities and
puzzles are over, these are the skills that a student will either have mastered
or not.” (https://www.englishclub.com/learn-english/language-skills.htm)
Simples assim. Simples, mas
não fácil. Ensinar uma língua estrangeira não é a piece of cake. Aprender, então, nem se fala. Dominar as tais four skills não é coisa que se faça com
um pé nas costas, mas também acho que dá para se comunicar razoavelmente numa foreign language sem precisar saber o que
é plurilinguismo ou o que são textos multimodais e recursos
linguístico-discursivos.
Como chave de ouro, cito mais
uma frase da Base: “Aprende-se uma língua estrangeira no uso e para o uso.” O
Conselheiro Acácio não se expressaria melhor.
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