domingo, 8 de julho de 2018

NOTÍCIAS FRESCAS DA COPA


NOTÍCIAS FRESCAS DA COPA

Devido a circunstâncias alheias à minha vontade, tenho assistido a todos – repito – todos os jogos da Copa e já dá para tirar algumas conclusões:

- a globalização pôs fim ao futebol regional: jogam nos mais diferentes campeonatos jogadores de tudo quanto é canto: é japonês na Alemanha, é turco na Inglaterra, é brasileiro na Rússia e assim vai. Desta forma, o futebol vai ficando cada dia mais parecido com todo mundo. Uma geleia chata e homogênea, com os técnicos adotando táticas, esquemas e estratégias muito semelhantes.

- os jogadores, em sua grande maioria, jogam igual: é sempre a eterna variação do velho 4-2-4.

- são todos fortes, velozes, com um preparo físico de fazer inveja a qualquer maratonista. Por isso, jogadores técnicos, talentosos e de grande habilidade, mas franzinos, estão desaparecendo, dando lugar a grandões altos, que passam por cima de atletas considerados ‘normais’, que cabeceiam mais alto e chegam antes nas bolas, passando por cima de qualquer um que ouse atravessar seu caminho. Em tempo, se estão pensando que eu apoio jogador cai-cai e chorão, enganam-se: eu também odeio o Neymar.

- os abutres das mesas redondas, aqueles desocupados que aproveitam a Copa para faturar algum extra, falam um português de botequim, comportam-se às vezes como alguém sentado à mesa com um copo na mão, exprimem ideias surradas, usam e abusam dos eternos chavões e se mostram absolutamente incapazes de fornecer a mais remota possibilidade de alguma sugestão inovadora: as duas grandes novidades da Copa, o árbitro de vídeo e a quarta substituição na prorrogação, foram introduzidas sem que ninguém entre os ‘especialistas’ alguma vez desse algum palpite aproveitável.

- todo país desclassificado deixa um rastro de tristeza muito grande entre os torcedores. mas aqui é diferente: no mundo todo, as pessoas esperam que seu time vá à final. No Brasil, não. A gente não espera, a gente tem certeza de que vamos ganhar e, por isso, a frustração é maior. Consideramos quase uma heresia alguma seleção ser melhor do que a nossa. Mas é assim mesmo. Nós ganhamos cinco Copas, mas perdemos muito mais.  

- Last but not least: torci para a Bélgica.

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