NOTÍCIAS FRESCAS DA COPA
Devido a circunstâncias alheias à minha vontade, tenho
assistido a todos – repito – todos os jogos da Copa e já dá para tirar algumas
conclusões:
- a globalização pôs fim ao futebol regional: jogam nos mais
diferentes campeonatos jogadores de tudo quanto é canto: é japonês na Alemanha,
é turco na Inglaterra, é brasileiro na Rússia e assim vai. Desta forma, o futebol
vai ficando cada dia mais parecido com todo mundo. Uma geleia chata e
homogênea, com os técnicos adotando táticas, esquemas e estratégias muito
semelhantes.
- os jogadores, em sua grande maioria, jogam igual: é sempre
a eterna variação do velho 4-2-4.
- são todos fortes, velozes, com um preparo físico de fazer
inveja a qualquer maratonista. Por isso, jogadores técnicos, talentosos e de
grande habilidade, mas franzinos, estão desaparecendo, dando lugar a grandões
altos, que passam por cima de atletas considerados ‘normais’, que cabeceiam
mais alto e chegam antes nas bolas, passando por cima de qualquer um que ouse
atravessar seu caminho. Em tempo, se estão pensando que eu apoio jogador
cai-cai e chorão, enganam-se: eu também odeio o Neymar.
- os abutres das mesas redondas, aqueles desocupados que
aproveitam a Copa para faturar algum extra, falam um português de botequim, comportam-se
às vezes como alguém sentado à mesa com um copo na mão, exprimem ideias
surradas, usam e abusam dos eternos chavões e se mostram absolutamente
incapazes de fornecer a mais remota possibilidade de alguma sugestão inovadora:
as duas grandes novidades da Copa, o árbitro de vídeo e a quarta substituição
na prorrogação, foram introduzidas sem que ninguém entre os ‘especialistas’ alguma
vez desse algum palpite aproveitável.
- todo país desclassificado deixa um rastro de tristeza
muito grande entre os torcedores. mas aqui é diferente: no mundo todo, as
pessoas esperam que seu time vá à final. No Brasil, não. A gente não espera, a
gente tem certeza de que vamos ganhar e, por isso, a frustração é maior.
Consideramos quase uma heresia alguma seleção ser melhor do que a nossa. Mas é
assim mesmo. Nós ganhamos cinco Copas, mas perdemos muito mais.
- Last but not least: torci para a Bélgica.
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