A
Folha de São Paulo de hoje (13/12/16) publica um artigo de Mirian Goldenberg, ‘Quem quer ser professor?’ E a Veja desta semana (14/12/16) traz nas páginas 102-105
uma matéria de Maria Clara Vieira, ‘Temos muito a aprender’.
Ambas
tratam do mesmo assunto, o único sobre o qual eu posso, com base na minha
experiência, dizer alguma coisa. E di-lo-ei, antes que a Câmara dos Deputados
conclua a votação da medida provisória que reformula o ensino médio.
Todo
mundo sabe que o ensino no Brasil – por qualquer ângulo que se analise – é uma
droga, salvo as raríssimas exceções de sempre. O que fazer?
Minha
sugestão: nomeia-se uma comissão (calma, não se precipitem, deixem-me concluir)
de professores. Não de luminares, não de medalhões, não de PhD em pedagogia.
Não. Refiro-me a professores normais, desses que moram longe e ganham pouco:
dois do Ensino Fundamental I (1° ao
5° ano), dois do Ensino
Fundamental II (6° ao 9°
ano), dois do Ensino Médio (1ª, 2ª e 3ª séries) e dois da universidade.
Uma
comissão enxuta, de oito membros. Eles seriam enviados, viajando em classe
econômica e recebendo uma ajuda de custo modesta, para os países top no ranking
do Pisa: Singapura, Japão e Hong Kong, por exemplo. Nesses locais, durante um
mês, os professores visitariam escolas, assistiriam a aulas, conversariam com alunos,
professores e diretores e na volta teriam duas semanas para discutir entre si e
elaborar um relatório final.
Este
relatório seria a radiografia completa, a ressonância magnética, a tomografia
computadorizada do ensino daqueles países.
Uma
vez concluído, o documento seria enfiado goela abaixo das autoridades ligadas à
educação no Brasil, incluindo o presidente, o ministro da educação, os
reitores, os diretores e vai descendo até chegar na mulher do cafezinho.
Tudo
isso com muito tato e muito respeito, porém com uma condição: ou começa aplicar
já ou a gente corta o pescoço deles. No bom sentido.
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