Os que me conhecem sabem que
eu sou jurássico. Tenho aversão ao desenvolvimento tecnológico de maneira
geral. Botões, seja de que natureza forem, “give me the creeps”, como diria Banquo.
Como ‘que Banquo?’? Banquo, o amigo de Macbeth! Qualquer hora eu explico isso.
Tive um carro, um possante
Corcel duas portas 1969, que saiu de fábrica com quatro botões pretos na parte
de baixo no lado esquerdo do painel. Dirigi esse carro por quase quatro anos
sem jamais ter apertado qualquer daqueles botões. Nunca soube para que serviam.
“But I digress”, como diria
Lestrade. Vão me dizer que não sabem quem é Lestrade? Lestrade, o investigador
da Scotland Yard que sempre duvidava das deduções de Sherlock Holmes! Numa
outra hora eu explico isso.
Hoje eu quero falar de um
estudo realizado pela OECD (Organisation for Economic Cooperation and
Development) e publicado pela BBC News (http://www.bbc.com/news/business-34174796).
Eis as surpreendentes
conclusões do relatório, segundo Andreas Schleicher, diretor do Departamento de
Educação da OECD:
·
os alunos que usam o computador com demasiada
frequência na escola tiram notas mais baixas
·
já os que o usam com moderação, tipo uma ou
duas vezes por semana, obtêm resultados de alguma forma melhores do que os que
quase nunca o utilizam em aula
·
os resultados demonstram que não há uma melhora
apreciável em leitura, matemática ou ciências nos países que investiram pesado
em tecnologia da informação
·
os sistemas de ensino de alto desempenho, tais
como os da Coreia do Sul e de Shangai, na China, apresentam níveis mais baixos no
que diz respeito ao uso do computador em sala de aula
·
Singapura, que usa o computador moderadamente
nas escolas, é top em matéria de
habilidades digitais.
Como
disse acima, sou jurássico. Passei quase toda minha vida usando em casa, uma
valente Olivetti Lettera 22, com a qual escrevi milhares de provas, quizzes, apostilas e até meus primeiros
livros, e na escola, uma caixinha de madeira onde carregava meus gizes
(acreditem: giz tem plural!).
E daí?
Daí que tenho certeza de que hoje em dia não conseguiria dar uma aula usando
esses “modern gadgets”, como diria Justin Bieber. Esse vocês conhecem, não? Que
lástima.
Deem-me
uma lousa – verde, de preferência – e uns tocos de giz, e eu me viro (ou
virava). Agora, o que eu, pobre de mim, faria com Edmodo, Grockit, EduBlogs, Wikispaces, Pinterest, Schoology, Quora, Ning, OpenStudy, ePals, MangaHigh, FunBrain, Educreations, Animoto, Socrative, Knewton, Kerpoof, StudySync, CarrotSticks e mais uma montanha de recursos que me amedrontam
mais que cobra venenosa?
Em tempo: as cobras venenosas mencionadas acima
encontram-se explicitadas em:
Já eu, amo tecnologia! Se elas te tornam um professor melhor? Não sei. Mas que facilitam o trabalho enormemente não resta dúvida. Lembra do nosso saudoso amigo Paulo Torres e o mimeógrafo?
ResponderExcluirOi Claudia,
ExcluirNão há um dia em que eu não pense no Torres. Ele me faz muita falta. Já o mimeógrafo, nem tanto.
Abraços,
Jelin
Já eu, amo tecnologia! Se elas te tornam um professor melhor? Não sei. Mas que facilitam o trabalho enormemente não resta dúvida. Lembra do nosso saudoso amigo Paulo Torres e o mimeógrafo?
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