quarta-feira, 8 de junho de 2016

Tecnologia em sala de aula



Os que me conhecem sabem que eu sou jurássico. Tenho aversão ao desenvolvimento tecnológico de maneira geral. Botões, seja de que natureza forem, “give me the creeps”, como diria Banquo. Como ‘que Banquo?’? Banquo, o amigo de Macbeth! Qualquer hora eu explico isso.

Tive um carro, um possante Corcel duas portas 1969, que saiu de fábrica com quatro botões pretos na parte de baixo no lado esquerdo do painel. Dirigi esse carro por quase quatro anos sem jamais ter apertado qualquer daqueles botões. Nunca soube para que serviam.

“But I digress”, como diria Lestrade. Vão me dizer que não sabem quem é Lestrade? Lestrade, o investigador da Scotland Yard que sempre duvidava das deduções de Sherlock Holmes! Numa outra hora eu explico isso.  

Hoje eu quero falar de um estudo realizado pela OECD (Organisation for Economic Cooperation and Development) e publicado pela BBC News (http://www.bbc.com/news/business-34174796).

Eis as surpreendentes conclusões do relatório, segundo Andreas Schleicher, diretor do Departamento de Educação da OECD:

·        os alunos que usam o computador com demasiada frequência na escola tiram notas mais baixas
·        já os que o usam com moderação, tipo uma ou duas vezes por semana, obtêm resultados de alguma forma melhores do que os que quase nunca o utilizam em aula
·        os resultados demonstram que não há uma melhora apreciável em leitura, matemática ou ciências nos países que investiram pesado em tecnologia da informação
·        os sistemas de ensino de alto desempenho, tais como os da Coreia do Sul e de Shangai, na China, apresentam níveis mais baixos no que diz respeito ao uso do computador em sala de aula
·        Singapura, que usa o computador moderadamente nas escolas, é top em matéria de habilidades digitais.

Como disse acima, sou jurássico. Passei quase toda minha vida usando em casa, uma valente Olivetti Lettera 22, com a qual escrevi milhares de provas, quizzes, apostilas e até meus primeiros livros, e na escola, uma caixinha de madeira onde carregava meus gizes (acreditem: giz tem plural!).

E daí? Daí que tenho certeza de que hoje em dia não conseguiria dar uma aula usando esses “modern gadgets”, como diria Justin Bieber. Esse vocês conhecem, não? Que lástima.


Deem-me uma lousa – verde, de preferência – e uns tocos de giz, e eu me viro (ou virava). Agora, o que eu, pobre de mim, faria com Edmodo, Grockit, EduBlogs, Wikispaces, Pinterest, Schoology, QuoraNingOpenStudy, ePals, MangaHigh, FunBrain, Educreations, Animoto, Socrative, KnewtonKerpoofStudySyncCarrotSticks e mais uma montanha de recursos que me amedrontam mais que cobra venenosa?
Em tempo: as cobras venenosas mencionadas acima encontram-se explicitadas em:


3 comentários:

  1. Já eu, amo tecnologia! Se elas te tornam um professor melhor? Não sei. Mas que facilitam o trabalho enormemente não resta dúvida. Lembra do nosso saudoso amigo Paulo Torres e o mimeógrafo?

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    1. Oi Claudia,
      Não há um dia em que eu não pense no Torres. Ele me faz muita falta. Já o mimeógrafo, nem tanto.
      Abraços,
      Jelin

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  2. Já eu, amo tecnologia! Se elas te tornam um professor melhor? Não sei. Mas que facilitam o trabalho enormemente não resta dúvida. Lembra do nosso saudoso amigo Paulo Torres e o mimeógrafo?

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