Diálogos Históricos Improváveis
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No dia 26 de abril,
domingo de Páscoa, Cabral mandou chamar frei Henrique de Coimbra, o capelão da
frota.
- Frei Henrique, o senhor não acha uma boa ideia
rezar uma missa hoje para a toda a marujada e também para os índios?
- Deus me livre e guarde!
- Por quê, homem de Deus?
- Mas será o Benedito que o senhor não reparou
que esses índios, e principalmente essas índias, andam com as vergonhas de
fora?
- E daí?
- Mas como é que eu posso me concentrar na
Eucaristia com aquelas índias olhando para mim com um sorrisinho maroto?
- Já sei: o senhor celebra a missa de costas,
olhando só para a cruz. As hóstias pode deixar que eu mesmo dou.
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- Que tal, Comandante? Gostou da carta?
- Gostei, Caminha, gostei. Só o último parágrafo
não me agradou. Esse negócio de pedir que Sua Alteza liberte o seu genro da
cadeia não vai pegar bem.
- O pobrezinho já está preso há quatro anos,
Comandante!
- Também pudera! Ele assaltou uma igreja e bateu
no padre!
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