Diálogos Históricos Improváveis
13
- Nóbrega, eu vou falar com ele. – disse,
indignado, Anchieta.
- Não vai, não, José. O Ramalho é nosso aliado.
Sem ele, estaríamos num mato sem cachorro, - respondeu, sorrindo, Manoel da
Nóbrega, contente com sua piadinha.
- Mas é um bruto, Nóbrega! O homem anda pelado
pra lá e pra cá, com as vergonhas todas de fora.
- Deixa. Os índios só não comem a gente por causa
dele.
- Como assim?
- Você entendeu.
14
João Ramalho reuniu a família: a mulher Bartira e
os filhos André, Joana, Margarida, Francisco,
Victorio, Antônio, Marcos, Jordão, Antônia, Catarina e João Júnior.
- Amanhã cedinho Papai vai com o
Brás Cubas, o governador da Capitania de São Vicente, atacar a
aldeia dos tupinambás, para trazer alguns índios para nós. A gente está
precisando de mão de obra aqui na vila.
- Cuidado, João, eu conheço bem esses índios. Os
tupiniquins, os goitacás, os guaianases e, principalmente os tamoios são gente
braba mesmo.
- Pode deixar. Essa tal de Confederação dos
Tamoios que os índios montaram com os franceses lá pros lados do Rio de Janeiro
não vai durar muito. Eu só tenho que me preocupar com esse tal de Villegaignon
– o diabo é que eu nem sei pronunciar direito o nome do chefe deles.
- Vai com Tupã, João. Se agasalha bem.
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