quarta-feira, 15 de novembro de 2017

O sorrisinho da seleção

Interrompo por um momento a sequência das minhas Tricky Pitfalls para falar de um assunto que não tem nada a ver com inglês.  Trata-se do sorrisinho da seleção. Antes, porém, vamos àquelas duas já habituais exortações:

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est.
O sorrisinho da seleção

Vocês já repararam que, via de regra, quando um jogador da seleção comete uma falta – às vezes criminosa – ou é flagrado em impedimento – clamoroso, de vez em quando – ele reage de forma ‘superior’, dando um sorrisinho cínico de desaprovação, como que a dizer: “Olha aqui, meu, aqui o cara sou eu, eu sou pentacampeão, eu ganho os tubos e quem entende de bola sou eu. Quanto a você (mais um sorrisinho), ninguém sabe quem você é. Jogue fora esse apito ou essa bandeira e sobra o quê? Nada, meu chapa.

Essa atitude - na minha modesta, porém infalível opinião - tem a ver com nosso caráter nacional, iniciado, em tempos mais recentes, com a Lei de Gerson (“tem que levar vantagem em tudo”) e desenvolvido com toda a cara de pau pelos nossos políticos. Eles também, do jeito mais despudorado possível, alegam que “foram na bola”, que “nem encostaram no adversário” e que “saíram de trás quando a bola foi lançada”  Já as doações de campanha foram todas legais e devidamente declaradas.

É assim que nós somos.

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