terça-feira, 27 de outubro de 2015

Diálogos Históricos Improváveis
Um bando de franceses que não tinham onde cair mortos, liderados por um tal de Villegagnon, se encantaram com a Baía da Guanabara e resolveram em 1555 fundar ali o que eles tiveram a ousadia de chamar de França Antártica. Não deu certo, pois acabaram sendo expulsos pelos portugueses em escaramuças que se prolongaram por vários anos. Que fique claro que a cerveja que leva esse nome não tem nada a ver. Em 1565, dez anos depois que os franceses foram enxotados de lá,   Estácio de Sá ainda não tinha percebido que aquilo era uma baía e não um rio, mas mesmo assim, teimoso como era, fundou um vilarejo, que batizou com o pomposo nome de São Sebastião do Rio de Janeiro, em homenagem a D. Sebastião, aquele rei que sumiu numa batalha no Marrocos e até hoje tem uns saudosistas esperando que ele volte, imagine só. Uma de suas frases mais célebres foi ‘Ai, Jesus!’, proferida quando uma flecha lhe vazou um olho na batalha de Uruçu-Mirim.
- Ai, Jesus! gritou Estácio no meio da refrega.
- Que foi? perguntou um jesuíta enviado da capitania de São Vicente para dar conforto espiritual aos combatentes.
- Como, que foi? Não está vendo esta flecha no meu olho?
- Nem tinha reparado. Isso passa, Capitão. Senta aqui e vamos rezar.
Estácio de Sá morreu um mês depois. Está enterrado numa capela na Igreja de São Sebastião dos Frades Capuchinhos.

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