quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

ALEMANHA (MAIS UM POUCO)


Hoje vou falar do Bubsko. Tem três anos, usa fralda e é bilíngue. Tudo bem. Mas mente com o maior descaramento:
- Bubsko, você fez cocô?
- Não.
- Fez, sim. Estou sentindo um cheirão.
- Não, não fez.
- Então, quem fez?
- Você.
- Vovô fez cocô?!
- Fez.
O nome verdadeiro dele é Frederick, mas nunca ouvi ninguém chamá-lo assim. E por que não? Basta olhar para o garoto para constatar que ninguém tem mais cara de Bubsko do que ele.
Um dia achei, entre seus brinquedos, um saco plástico cheio de letras coloridas feitas de feltro.
Eu espalhei umas dez ou doze letras sobre o sofá e entreguei a ele uma letra qualquer, pedindo para ele colocar em cima de uma letra igual. Cada vez que ele acertava eu levantava os braços espalhafatosamente, gritava êêêê e passava a mão em seu rosto. Isso, caso meus parcos leitores não saibam, chama-se teoria do reforço.)
(Note-se que eu não gritava uau, porque uau não é uma interjeição brasileira. Note-se também que as letras tinham cores diferentes, ou seja, havia As vermelhos, amarelos, azuis etc. Digo isso só para mostrar que gênio meu neto é, modéstia à parte.)
But I digress, como diria qualquer inglês enrolador.
Depois de lhe entregar umas vinte letras e ele acertar quase todas, a brincadeira começou a encher e aí ele não pegava mais as letras. Simplesmente apontava onde eu deveria colocá-las. Aí então ele gritava êêêê, levantava os bracinhos e passava a mão no meu rosto.

Perdão, amigos, as lágrimas me impedem de continuar.

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