segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Jacuzzi

Resposta do teste 18: c
Teste 19: Jacuzzi
a)   Candido Jacuzzi (1903-1986), imigrante italiano que chegou aos Estados Unidos no início do século XX, sem um tostão no bolso, mas com muitas ideias na cabeça. Ele e seus irmãos inventaram uma série de maluquices, tais como hélices de avião, bombas de irrigação para plantações em grandes fazendas e principalmente uma banheira com hidromassagem, para aliviar as dores de um filho seu, diagnosticado com febre reumatoide. O garoto não se curou, mas a banheira fez um enorme sucesso.

b)   Jack Uzi (1927-1074), engenheiro e capitão do exército israelense e inventor de uma pistola-metralhadora compacta, usada pela primeira vez em 1956. A arma mostrou-se particularmente eficaz e seu alto poder de fogo fez com que Uzi entrasse em depressão. Puro remorso. Seus terapeutas aconselharam-no a tirar uma licença e procurar relaxar. Foi num banho de banheira que ele teve a ideia de fazer bolinhas, agitando a água. Nasceu assim a banheira de hidromassagem.


c)   Émile Zola (1840-1902), escritor francês que se meteu numa encrenca danada ao escrever uma carta aberta no jornal, intitulada J'acccuse (Eu Acuso) endereçada ao presidente da França, acusando o governo de antissemitismo contra um oficial, o capitão Alfred Dreyfus, que foi injustamente julgado e condenado por traição, simplesmente por ser judeu. O próprio Zola passou a ser hostilizado a ponto de ser vaiado toda vez que saía à rua. Provavelmente morreu assassinado dentro de uma banheira, gritando desesperadamente J'acccuse, J'acccuse!   

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

18. Agora Inês é morta

Resposta do teste 17: b
Teste 18: Agora Inês é morta
a)   Maria Inês de Alencar (1832-1865), esposa do famoso escritor romântico José de Alencar. Foi nela que Alencar se inspirou para criar sua imortal personagem, Iracema, “a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.” Quando o livro ficou pronto, Alencar saiu carrendo da tipografia para levar o primeiro exemplar para casa. Uma ama o esperava à porta com a trágica notícia: “Senhor, agora Dona Inês é morta.”

b)   Inês Augusta do Amaral (1879-1917), escritora e jornalista portuguesa. Na 1ª edição de seu livro de estreia, ‘Crisântemos’, o editor escreveu um prefácio que Inês não aprovou. Na 2ª edição, o prefácio foi suprimido com a seguinte justificativa: “A afeição do amigo era tal que lhe cegara o juízo.”  Só que, por um deses eternos erros tipográficos, saiu ‘cagara’ e, vez de ‘cegara’. Inês teve um mal súbito e foi levada às pressas para o hospital. O editor chegou lá logo em seguida para dizer que só as primeiras 50 cópias estavam erradas. As demais tinham sido corrigidas antes da distribuição. O médico com quem conversou lhe deu a triste notícia: “Agora é tarde. Inês é morta.”


c)   Inês de Castro (1320-1365), amante de D. Pedro (não os nossos D. Pedros, evidentemente – basta ver as datas de nascimento e morte da moça), com quem teve quatro filhos. Como o rei já era casado, seu pai mandou matá-la, temendo ter um neto bastardo que pudesse herdar a coroa portuguesa. Uns dizem que ela foi degolada; outros afirmam que foi apunhalada, o que para ela não fez a menor diferença. O que a tornou famosa é que, seis anos depois de sua morte, D. Pedro, agora viúvo, mandou desenterrá-la e coroou-a rainha. Eu só não sei o que Camões tem a ver com isso. 

17. Trompas de Falópio

Resposta do teste 16: c
Teste 17: Trompas de Falópio
a) Antonio Totó Falopelli (1565-1640) dentista e cirurgião italiano, natural da cidade de Pádua. Uma vez que a dissecação (ou dissecção) de cadáveres era vista, por motivos religiosos, com muita resistência, Falopelli fazia cirurgias mais ou menos às cegas, baseado nos trabalhos de Galeno, médico romano do século III. E foi numa dessas operações que ele observou e depois descreveu as trompas que hoje levam seu nome. Na época foram chamadas simplesmente de ‘due tubone’.
b) Gabriele Falloppio (1523-1562), médico e cirurgião italiano. Anatomista de renome, foi professor em várias universidades italianas, sempre focado no aparelho reprodutor feminino. O homem só pensava naquilo. O par de tubos que levam os óvulos do ovário ao útero foram descritos com precisão nos inúmeros livros de anatomia que escreveu. Alardeou aos quatro cantos que tinha descoberto o clitóris, mas foi desmentido por um outro cientista, Caspar Bartolin, que declarou: “Ma che catzo, Dottore, Il clitoride è conosciuto da secoli!”

c) Falopius (século IV d.C), escravo etíope e barbeiro. Embora especializado em atender soldados feridos em batalhas, que eram operados a sangue frio, sem anestesia e sem nenhuma assepsia, Falopius recebia também mulheres com problemas uterinos. Para todas, sem exceção, receitava sangria, que consistia na extração de sangue através de uma leve punhalada no abdomen. As que morriam eram posteriormente dissecadas e estudadas. As demais nunca mais voltavam lá.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

16. draconiano

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est.

Resposta do teste 15: a

Teste 16: draconiano
a)   Pepino Draconi (1257-1325), juiz de direito nascido em Florença. Foi contemporâneo e amigo de Dante Alighieri, até que se desentenderam por causa de uma menina chamada Beatrice Portinari, filha de Folco dei Portinari, um ancestral distante de nosso grande pintor Cândido Portinari. A partir do rompimento de suas relações com Dante, Pepino, profundamente ressentido, passa a proferir sentenças pesadíssimas a qualquer réu acusado do mais leve delito. Dante Alighieri resolveu prudentemente mudar-se para Ravena e esperar que o implacável juiz morresse.

b) Draconius (século I a.C), feitor de escravos de origem trácia, a serviço do Senado romano. Cuidava pessoalmente dos gladiadores que se apresentavam no Coliseu de Roma ou na Arena de Verona. Ai daquele que tentasse fugir! Draconius não descansava enquanto não o capturava e o executava com requintes de crueldade diante do que ele chamava de Senatus Populusque Romanus. Embora trácio, Draconius sabia falar latim fluentemente.

 c) Dracon, Draco ou Dracão, legislador ateniense do século VII a.C. O homem era fogo! Indicado para redigir um conjunto de leis, Dracon elaborou um código penal impiedoso e implacável, muito ao contrário dessas leis frouxas que abundam (!) no Direito brasileiro. Poucos eram os delitos que não eram punidos com a pena de morte. Seu lema era: Ο νόμος είναι σκληρός, αλλά είναι ο νόμος. Acho que é disso que o Brasil precisa: leis draconianas.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

15. Síndrome de Down

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est
Resposta do teste 14: a
Teste 15: Síndrome de Down
a)   John Down (1828-1896), médico inglês que, trabalhando num manicômio (Asylum for Idiots, como eram então chamadas as instituições que abrigavam deficientes mentais – eta nome politicamente incorreto!), percebeu que certos pacientes compartilhavam as mesmas características físicas. Chamou-os de mongoloides, imaginando – quanta ignorância! – que na Mongólia todos tinham aquela aparência. Os mongóis não devem ter gostado nada desse nome. Embora o dr. Down nem de longe tivesse a mais remota ideia de que a síndrome que leva seu nome estivesse associada á presença de três cromossomos 21 em todas ou na maioria das células de um indivíduo, ele acabou levando a honra de batizar esta alteração genética.
b)   Peter Upndown (1934-1908), médico nascido no País de Gales e professor de psiquiatria da Prifysgol Caerdydd (ou Universidade de Cardiff, para quem não está familiarizado com o galês). Desenvolveu a teoria de que o portador dessa anomalia genética é vítima de influências hereditárias que remontam aos mais remotos estágios da evolução humana. Positivista fanático, baseava seus estudos nas teorias evolucionistas de Darwin. Hoje se sabe que não é nada disso, mas até agora ninguém se atreveu a mudar o nome da síndrome.

c)   Jarogniew Trzetrzelewska (1878-1955), cirurgião vascular polonês. Pioneiro no estudo sistemático dos cromossomos, descobriu, ainda jovem, que o núcleo de cada célula contém 23 pares de cromossomos, metade dos quais são herdados do pai e metade da mãe. A síndrome de Trzetrzelewska se dá no momento da concepção, quando se verifica a presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Como Trzetrzelewska é um nome praticamente impronunciável. a Academia de Ciências da Suécia, ao outorgar-lhe o Prêmio Nobel de Medicina de 1908, resolveu traduzir seu nome para o equivalente em inglês: Trzetrzelewska significa ‘para baixo’ em polonês.  

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

14. diesel

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est
Resposta do teste 13: b
Teste 14: diesel
a) Rudolf Diesel (1854-1913), engenheiro francês, filho de imigrantes alemães. Inventou um motor a combustão, depois de chegar à conclusão de que os motores movidos a gasolina e a vapor que existiam à época eram ineficientes. “Ils sont de la merde,” ele não se cansava de dizer. O motor que ele idealizou trabalhava com óleo vegetal e foi esse óleo que recebeu o nome de diesel em sua homenagem, o que, cá entre nós, é uma bobagem, já que ele não inventou o óleo e sim o motor. Morreu misteriosamente numa viagem de barco quando ia da Bélgica à Inglaterra. Até hoje não se sabe se ele se matou ou foi assassinado. Hoje isso não tem mais importância.
b) Hans-Dietrich Diesel (1835-1902), maquinista de trem da linha Köln-Bonn. Em 1846, Diesel sofreu um grave acidente com a caldeira de seu trem a vapor. Ficou três meses internado em um hospital, e foi durante esse tempo que ele teve a ideia de explorar os efeitos de uma reação química que acontece quando se injeta óleo num recipiente com oxigênio, causando uma explosão ao se misturarem. Até o seu invento dar certo e ele poder patenteá-lo, Diesel precisou fazer uma série de testes com a bomba injetora e as engrenagens. Sofreu mais dois acidentes. Não conseguiu sobreviver ao último, em 1902. Foi enterrado como um mártir da ciência.

c)   Lars Diesel (1789-1815), estudante holandês. Jovem de enorme talento para as ciências e grande intuição, visualizou, observando a mãe cozinhar num fogão a lenha, que o processo de cozimento poderia ser aperfeiçoado se sua mãe usasse um óleo derivado da destilação do petróleo bruto usado como combustível. Daí à invenção do motor a combustão interna foi um pulo. Lars Diesel morreu intoxicado com o forte odor do seu invento na cozinha de sua casa em Utrecht. 

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

13. dérbi

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est
Resposta do teste 12: c
Teste 13: dérbi
a)   Royal Derby, garanhão vencedor de 36 corridas consecutivas entre 1902 e 1012. Seu proprietário, sir Alfred Hiccock Lewis, chegou a recusar uma oferta de 200.000 libras pelo cavalo. Sua esposa (a de Lewis, não de Derby) teve um ataque de nervos e pediu o divórcio diante da relutância do marido em vender o animal. “Bloody idiot,” disse ela diante do juiz. Pegou mal, uma vez que uma dama vitoriana não dizia essas coisas em público. Curiosamente, Royal Derby nunca mais venceu uma corrida. Passou seus últimos dias numa das fazendas de sir Alfred, levando na garupa os netos do seu antigo dono.

b)   O 12º Conde de Derby, Edward Smith-Stanley (1752-1834) e um grupo de amigos, todos ricaços desocupados, resolveram promover uma corrida de cavalos, que deveriam ter, exatamente. 3 anos de idade, não mais, não menos. Cada um entraria com seu animal predileto e o vencedor receberia um prêmio. A história não registra de quem foi o cavalo campeão. Supõe-se hoje que tenha sido o cavalo de Edward Smith-Stanley. Mas isso não vem ao caso. O que importa é que, como tudo que acontece na inglaterra, essa competição passou a ser mais uma daquelas tradições britânicas, destinadas a atrair turistas e realizadas em Epsom. A Rainha, vidrada em cavalo, comparece todo ano.



c)   Na Terça-Feira Gorda (Terça-Feira de Carnaval – Mardi Gras em inglês), era costume, desde a Idade Média, no condado de Derbyshire, na Inglaterra, um torneio entre as cidades de Derby e Baslow. Todos os jovens – sem nenhum limite de número de pessoas, eram convidados a participar. O jogo, sem árbitro e sem nenhuma regra – do tipo vale tudo – consistia em levar a bola, feita de couro de boi, até a praça principal da vila adversária. Isso significava que o resultado era sempre 1 a 0, acompanhado de ossos quebrados, cabeças rachadas, fraturas expostas e ferimentos a faca, que, felizmente, eram poucos. Parece que a cidade de Derby se saía vencedora na maior parte das vezes, caso contrário uma partida entre dois times rivais não se chamaria dérby e sim báslou.    

domingo, 10 de dezembro de 2017

Teste 12: cicerone

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est
Resposta do teste 11: a
Teste 12: cicerone
a)   Paola Cicerona (1789-1850), dona da mais famosa pizzeria de Nápoles. Dotada de fino faro para negócios e de muito talento culinário, criou a famosa pizza napolitana (molho de tomate do tipo san manzano ou vesuviano, mussarela de búfala e manjericão fresco). Insistia em louvar as belezas de sua cidade natal, banhada pelo Mediterrâneo e ao lado do Vesúvio, cantando músicas típicas que encantavam seus fregueses, entre as quais O Sole Mio. Fazia questão de acompanhar pessoalmente grupos de turistas em excursões ao Monte Vesúvio. Desgraçadamente, morreu ao troppeçar e cair dentro da cratera.

b)   Nicolò Cicheroni (1413-1467), guia turistico da Torre de Pisa. Sabia tudo da famosa torre. E foi por isso que acabou perdendo o emprego. A cada degrau (são 296!), diante de cada sino (7), e em cada andar (8), Cicheroni parava e torrava a paciência dos turistas, enchendo-os de tanta informação que, antes do fim do passeio não sobrava ninguém. Triste e margurado, cometeu suicídio atirando-se do último andar. No local onde o corpo se espatifou, uma singela placa de mármore avisa: “Aqui morreu Nicolò Cicheroni”. Mas ninguém mais sabe quem ele foi.


c)   Marco Túlio Cícero (106–43 a.C.), advogado, senador e grande orador. Com sua retórica impecável, era capaz de dar nó em pingo d’água. São dele, entre muitos outros, os seguintes aforismas: “Quam desiderabilia prudentia sit vitandum.” “Ut sint vina senectae funus malos bonosque clears.” E o meu preferido: “Maxima ignorantia de morbo in hominibus.” O significado é tão claro que dispensa tradução. Seu nome passou a ser sinônimo de guia turístico, porque ambos – tanto o advogado, como o guia - falam pelos cotovelos e não permitem ser interrompidos. Cícero morreu decapitado por ordem de Marco Antônio. “Fala muito,” este teria declarado ao decretar a sentença de morte. 

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

11. chauvinista

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est
Resposta do teste 10: c

Teste 11: chauvinista
a) Nicolas Chauvin, soldado francês que lutou ao lado de Napoleão, tendo sido condecorado pessoalmente pelo Imperador. Vaidoso, gostava de exibir suas medalhas (Cruz de Guerra, Medalha de São Luís e Ordem Nacional do Mérito), porém o que mais o enchia de orgulho eram suas cicatrizes – mais de 16! Nacionalista exacerbado, morreu sem jamais ter admitido a derrota do Exército Francês em Waterloo em 1815. Provavelmente um personagem fictício, tipo Pedro Malazarte.

b) Jean Pierre Chauvin, criador de porcos. Toda quarta-feira, Jean Pierre levava seus suínos até a feira de Camaret-sur-Mer, na Bretanha. Fazia tanto alarde a respeito  da superior qualidade de seus animais que passou a ser chamado de porco chauvinista. Provavelmente um personagem fictício, tipo Macunaíma.


c) René Chauvin, alfaiate. Sua clientela era constituída da mais alta burguesia do século XIX em Paris. Misógino declarado, odiava as mulheres, provavelmente por nunca ter conquistado nenhuma, mesmo frequentando os mesmos cabarés de Toulouse-Lautrec. Também, com aquele mau hálito...Em seu diário, foi encontrada a seguinte asneira: "As mulheres, por serem mais fracas, veem-se obrigadas a depender não da força, mas da astúcia; daí sua hipocrisia instintiva e sua eterna tendência à mentira.” Provavelmente um personagem fictício, tipo Dom Casmurro. 

10. acaciano

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est
Resposta do teste 9: a
Teste 10: acaciano
a)   Comendador Acácio, personagem fictício criado por Machado de Assis em seu livro ‘Quincas Borba’. É descrito como um diploma baiano, famoso por sua poesia satírica, cheia de palavrões impublicáveis (na época). Sob o pseudônimo de Carrasco Doce, fazia uma critica impiedosa à sociedade do Rio de Janeiro, recebendo por isso o apelido de "Pena do Inferno". Homem violento, do tipo ‘não levo desaforo para casa’, morreu esfaqueado numa briga de bar num prostíbulo de Montmartre em Paris. O caso foi abafado, porque na ocasião, Acácio deveria estar servindo em Bruxelas. Sua figura desprezível passou a ser o símbolo do escárnio.
b)   Capitão Acácio, personagem fictício criado por Graciliano Ramos em sua obra prima ‘Vidas Secas’. É descrito como um homem rude, de poucas palavras, que prendia e esfolava seus inimigos políticos, repetindo sempre seu famoso bordão: ‘Governo é governo’. Foi nomeado Capitão da Guarda Nacional pelo próprio Imperador D. Pedro II. em recompensa por seus livros de história, todos cheios de bobagens e imprecisões. Sua figura grotesca passou a ser o símbolo da ignorância intelectual.

c)   Conselheiro Acácio, personagem fictício criado por Eça de Queiroz em seu romance ‘O Primo Basílio’. É descrito como um solteirão empertigado, defensor da moral e bons costumes. Com a cabeça cheia de citações e vazia de idéias, não perdia a oportunidade de proferir, em tom solene, chavões e frases grandiloquentes. Sua criada e também amante, traía-o despudoradamente. Sua figura ridícula passou a ser o símbolo do falso intelectual e do moralismo hipócrita. 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

9. celsius

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est

Resposta do teste 8: c
Teste 9: celsius
a)   Anders Celsius (1701-1744) inventou o termômetro centígrado dois anos de sua morte prematura. Numa palestra na Academia de Ciências da Suécia, ele apresentou sua nova escala termométrica, usada até na maioria dos países. Antes disso, ele tinha viajado até a Lapônia, onde mora o Papai Noel, só para comprovar que a Terra era chata nos polos, coisa que Isaac Newton, que praticamente nunca saiu de Cambridge, já sabia.
b)  Caius Gracus Celsius (231 a.C- 174 a.C), matemático romano, autor de Principia Metaphysica, em que ele defende que a temperatura – seja da água, seja do tempo – só pode ser calculada numa escala de 0 a 100. Pouco se sabe sobre sua vida privada. Ironicamente, morreu de frio em Pompeia no inverno de 174 a.C.
c)   Dariusz Czeslaw (1686-1736), físico polonês, criador do termômetro por dilatação do mercúrio. Seu pai insistiu muito para que ele se dedicasse ao comércio, como era tradição na família, mas ele preferiu seguir os estudos científicos por conta própria. Passou quase a vida toda dedicando-se ao aperfeiçoamento de termômetros, barômetros, higrômetros e aerômetros. Era meio maluco e morreu solteiro.


quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

casanova

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est

Resposta do teste 7: b
Teste 8: casanova
a)   Gianpietro Baroldi (1745-1812), filho bastardo de Francesco Palladini, um nobre genovês sem um tostão no bolso, mas que fingia ser um milionário.  Rapaz bonito e sedutor, Gianpietro, um durango, vivia faturando as mulheres da alta sociedade, morando de graça nas propriedades delas. Como ele tinha uma amante atrás da outra, estava sempre mudando de endereço. Daí seu apelido: Gianpietro Casa Nuova.
b)  Maestro Cesare Casanova (1756-1830), compositor de valsas e mazurcas. Como isso lhe rendia muito pouco dinheiro, ele também dava aula particular de piano para as jovens aristocratas da época em Roma, sua cidade natal. Entre um compasso e outro, o malandro aproveitava para seduzir as moçoilas casadouras da capital italiana. Reza a lenda que nenhuma lhe escapou.

c)   Giacomo Casanova (1725-1798) estava a pricípio destinado à carreira eclesiástica, mas a religião decididamente não era a sua praia. Dizem que teve mais de 700 amantes. Ele costumava negar com um sorrisinho maroto. “Que exagero...Acho que não passou de 500.” Dono de fina lábia, não só seduzia todas (repito: todas) as mulheres de Veneza, sua terra natal, como também se relacionava com os intelectuais mais badalados de seu tempo, tais como Mozart, Voltaire e Goethe.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

cardigan

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est

Resposta do teste 6: c
Teste 7: cardigan
a)   Espécie de pulôver criado por Coco Chanel em 1904, recebeu o nome de cardigâ em homenagem a um de seus amantes, Charles Forth, Duque de Cardigan. Ele detestava aqueles botões pregados na frente do cardigan, mas Chanel fazia questão que ele o usasse toda vez que fossem vistos juntos em público. O romance durou menos de um ano, mas a moda pegou.
b)   Foi James Brudenell, o 7º conde de Cardigan que popularizou esse tipo de pulôver, depois que se tornou uma celebridade e um herói na guerra da Crimeia contra os russos. Ele e seus oficiais usavam o cardigan, que ainda não tinha esse nome (eles o chamavam simplesmente de colete), por baixo do uniforme, para aquecê-los um pouco, porque o inverno russo é fogo. Napoleão e Hitler que o digam.

c)   Sir Peter Thousend, grande proprietário de terras em Cardiganshire, caiu do cavalo e feriu-se gravemente durante uma caça à raposa. Seus amigos, vendo que ele sangrava abundantemente, tiveram que rasgar-lhe o pulôver e a camisa para fazer um curativo. Foi aí que Sir Cardigan (assim eles o chamavam) teve a ideia de criar uma espécie de colete de lã com botões. Dali em diante, ele não tirava o cardigan do corpo, fizesse sol ou chuva.

braille

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est

Resposta do teste 5: a
Teste 6: braille
a)   Louis Braille (1809-1852) nasceu cego e, compreensivelmente, foi uma criança muito chata e birrenta. Vivia perguntando ‘cadê? cadê?’. Só passou a comportar-se melhor quando Cecille Duprès, uma tutora, espécie de professora particular, mostrou-lhe que era possível ler usando um alfabeto especial com letras em altorrelevo. De fato, ele aprendeu mesmo a ler, mas preferiu inventar um sistema próprio que é usado até hoje.
b)   Louis Braille, que já não enxergava bem, levou uma bolada na cara durante uma pelada numa escola particular em Coupvray, na França. Aí sua vista piorou e, aos 18 anos, foi dispensado do serviço militar. Teimoso, pediu para ser admitido, convencendo o encarregado do alistamento que ele tinha bolado um jeito de ler mensagens no escuro, o qual podia ser utilizado por soldados quando em batalhas noturnas. Foi um sucesso.

c)   Aos 3 anos de idade, o pequeno Louis Braille feriu-se no olho enquanto brincava com uma ferramenta do pai. O olho infeccionou, afetou o outro olho e em pouco tempo ele ficou completamente cego. Inconformado, ele passou a desenvolver um sistema composto de pontos em relevo que lhe permitisse ler. Na escola para cegos onde o próprio Braille estudou, um dos professores chegou a proibir que se usasse tal sistema. Só alguns anos depois de sua morte, a diretoria da escola percebeu que aquele professor era um idiota e adotou o código de Braille. 

domingo, 3 de dezembro de 2017

boicote

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est.
Resposta do teste 4: b

Teste 5: boicote
a)   Charles Cunningham Boycott (1832-1897), militar britânico contratado por um latifundiário irlandês para admministrar suas terras. Querendo puxar o saco do patrão, recusou-se a abaixar o valor dos aluguéis devidos pelos trabalhadores rurais. Estes então pararam de trabalhar nas terras do ‘coronel’ e começaram a dar um gelo no homem, não lhe dirigindo a palavra e sentando-se longe dele na igreja aos domingos. Funcionou. Boycott, profundamente envergonhado, pediu demissão e voltou para a Inglaterra no no dia 1 de dezembro de 1880.
b)  Francis Brandon Cott (1798-1822), aristocrata inglês e companheiro de Lord Byron nas farras que ambos aprontavam primeiro em Oxford e depois em suas viagens pela Itália. Byron, quatro anos mais velho que Francis, chamava-o carinhosamente de Boy Cott. Um dia, eles brigaram e Byron nunca mais falou com ele nem lhe respondeu as várias cartas que Cott lhe escreveu. Francis B. Cott, dizem, morreu de tristeza em Capri.

c)   Lady Catherine McGray Cott (1805-1867), descendente de uma tradicional família escocesa, costumava escandalizar a sociedade local (refiro-me a Edinburgh, sua terra natal), usando roupas masculinas e fumando charutos em público. Todos a chamavam de Lady Tomboy Cott e os jornais publicavam quase que diariamente charges de Lady Catherine – ora dançando de calças compridas com uma mulher, ora andando a cavalo com uma perna de cada lado do animal. Quando ela resolveu publicar um livro de poemas, o livro encalhou nas livrarias. Dos 1000 volumes impressos, somente 27 foram vendidos.

sábado, 2 de dezembro de 2017

bloody mary

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est.

Lembrete: Hoje, 2/12/2017, às 18 horas, na Biblioteca Mário de Andrade – Rua da Consolação, 94 – São Paulo, SP, Maria Josephina Mignone dará um recital de piano, executando valsas de seu marido, Francisco Mignone, ocasião em que será lançado o livro “24 Valsas Brasileiras”, com texto em português e inglês. É aí que eu entro em campo.

  
Resposta do teste 3: c

Teste 4: bloody mary

a)   uma das seis esposas de Henrique VIII, que não suportava ver sangue e desmaiava toda vez que seu marido voltava das caçadas, levando para casa veados e javalis, que em geral pingavam sangue e sujavam  todo o chão do castelo de Windsor. Isso tirava Henrique do sério, e ele, farto daqueles chiliques, mandou decapitar a pobre Mary.
b)  uma das filhas que Henrique VIII teve com Catarina de Aragão. Quando, depois de intermináveis brigas em família, Mary foi coroada rainha, ela não deixou barato: durante seu curto reinado de apenas 5 anos,  restabeleceu o catolicismo, que havia sido substituído pela Igreja Anglicana por seu pai e passou a perseguir e matar todo e qualquer protestante que se atrevesse a desobedecer as normas do Vaticano. Dizem que foram mais de 300.

c)   a meia-irmã de Elizabeth I. Católica fervorosa e alérgica ao malte com que era feito o uísque, ela testou várias combinações – cerveja com alho, gim com limão, vinho com gengibre – e acabou criando um novo drinque, uma mistura de vodca, suco de tomate, suco de limão, sal, molho inglês e pimenta. Quando não havia pimenta, ela usava pólvora.

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Epônimos - Parte 2

Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est.
Respostas do teste anterior: 
1: b; 2. a

1.   Atlas
a)   na mitologia grega, Atlas desafiou Hércules, dizendo que era o mais forte de todos os deuses do Olimpo. Hércules então passou a fazer trabalhos cada vez mais pesados – que ficaram conhecidos como ‘os 12 trabalhos de Hércules’ – mas Atlas morria de rir, fazendo pouco caso do seu rival e dizendo: “Você aguenta carregar o mundo nas costas, como eu?” Os cartógrafos da época costumavam inserir a figura de Atlas com o mundo nas costas nos seus antigos mapas-múndi. E a moda pegou.
b)   na mitologia grega, Atlas olhou-se nas águas claras de um riacho e ficou encantado com sua beleza. Zeus decidiu puni-lo por sua vaidade e colocou-lhe uma opção: ou ficar acorrentado durante 30 mil anos no topo de uma montanha, tendo seu fígado bicado diariamente por um abutre, ou carregar o planeta Terra nos ombros. Atlas preferiu a Terra e os cartógrafos começaram então a desenhar a figura de Atlas sustentando o mundo nos ombros. E a moda pegou.

c)   na mitologia grega, Atlas foi punido por Zeus e condenado a sustentar os céus sobre os ombros, mas os antigos cartógrafos, que não sabiam nada de grego e não distinguiam um δ de um ∑, costumavam inserir a figura de Atlas carregando o mundo (e não os céus!) nos seus antigos mapas-múndi. E a moda pegou.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Epônimos - Parte 1

Vocès sabem o que é um epônimo? É um nome de uma pessoa que muitas vezes acaba designando uma invenção ou uma descoberta seja de um fenômeno científico, seja de um lugar. Por exemplo, a caneta bic deve seu nome a Marcel Bich, que comprou a patente para fabricar um invento criado por um jornalista húngaro chamado Lászlo Biró. Aliás, caneta bic em inglês é biro ou ball-point pen. Este tipo de caneta é um epônimo tanto em português como em inglês.
Então, eu vou interromper um pouco minha série de Tricky Pitfalls e brincar de Eponyms, propondo alguns testes aos meus raros leitores. O desafio é identificar a origem do epônimo.  Vamos lá? Antes, porém, recordemo-nos:
Quosque tandem, Temer, abutere patientia nostra?
Brasilia delenda est.
1.   Pomo de Adão
a)   enquanto descansava em baixo de uma macieira, uma maçã caiu na cabeça de Adam Newton. Este infeliz incidente deu-lhe a ideia da Teoria da Gravitação Universal. A tal maçã, possivelmente podre, passou a ser conhecida como Adam’s Apple.
b)   a cartilagem localizada na laringe de homens adultos. Segundo a Bíblia, quando Adão. aquele, deu uma dentada no Fruto Proibido, o pedaço ficou-lhe entalado na garganta. A Bíblia não explica por que Eva conseguiu engolir a maçã numa boa.
c)   Adam Smith, filósofo e economista escocês, autor de ‘A Riqueza das Nações’. É dele a frase que entrou para a História: “An apple a day keeps the doctor away.”
(Resposta no próximo post)
2.   Afrodisíaco
a)   Afrodite era, na mitologia grega, a deusa do amor. Portanto, qualquer alimento que desperte o apetite sexual é comumente adjetivado como afrodisíaco. O alho, por exemplo, caso a parceira não se incomode com o bafo, contrbui para fazer crescer os níveis de testosterona, além de aumentar outras coisas.
b)   para estimular a libido, nada como o yohimbine, extraído da casca de uma árvore que só se encontra na África. Daí o nome ‘afrodisíaco’.

c)   ‘Afrodisíaco’ está relacionado a Dionísio, divindade grega celebrada nas festas regadas a vinho, nas quais imperava a mais completa esbórnia, tipo ‘ninguém é de ninguém’ ou ‘salve-se quem puder’. Entre os romanos, Dionísio era chamado de Baco.