Examinem
estas três definições de capitalismo.
Capitalism
is an economic system
characterized by private or corporate ownership of capital goods,
by investments that are determined by private decision, and by prices,
production, and the distribution of goods that are determined mainly by
competition in a free market
(Merriam-Webster)
It is an economic system based (to a varying
degree) on private ownership of the factors of production (capital, land, and
labor) employed in generation of profits. It is the oldest and most common of
all economic systems and, in general, is synonymous with free market system.
(Business Dictionary)
It is the
social system which now exists in most countries of the world. Under this
system, the means for producing and distributing goods (the land, factories,
technology, transport system etc) are owned by a small minority of people. We
refer to this group of people as the capitalist class. The majority of people
must sell their ability to work in return for a wage or salary (who we refer to
as the working class.) (World Socialist Movement)
Por mais
sucintas, objetivas ou impessoais que tais definições sejam (e nem todas o são), falta-lhes o
elemento essencial, a mola propulsora do desenvolvimento econômico: a
corrupção.
Parece
(mas só parece) que todos são contra a corrupção. “Abaixo a corrupção!” “Morte
aos corruptos e corruptores!”
Ingênuos!
Tolinhos! A corrupção é necessária. Não se progride sem ela. Ao empresário não
interessa apenas ter o lucro justo (Marx franziria o cenho ao ouvir este sacrilégio). Se não houver um
extra, um suborno, uma propina, uma nota fria, um ‘por fora’, um caixa 2, um
pixuleco – para que investir? É absolutamente imprescindível que o lucro seja
exagerado, desmesurado, inacreditável, trilionário. Se não, não vale a pena.
Há que se
procurar os materiais mais baratos para a construção de qualquer obra. Isso
aumenta o lucro. É bem verdade que às vezes um edifício vem abaixo, um viaduto
desaba, uma barragem se rompe. Shit happens, paciência.
Há que se
superfaturar tudo, da mão de obra à qualificação
necessária para realizar a obra. Isso dobra, triplica, quintuplica o lucro! E
daí? Daí que a obra fica pronta e pode ser inaugurada com fita verde-amarela e
foguetório.
Às vezes, acontece de a obra não ficar pronta nunca. É chato. Eu
diria, é quase constrangedor. Mas na verdade o que vale é a intenção, certo?
Há que se disfarçar os trambiques, as maracutaias, as
tenebrosas transações, usando para isso lavagem de dinheiro, offshores, trusts,
contas secretas, dinheiro em cueca, pessoas jurídicas fantasmagóricas e laranjas ou outras frutas cítricas. Caso
contrário, parte do lucro se perde nas investigações.
Tudo, menos isso, pelo amor de Deus!